O papa Francisco afirmou, em um filme lançado nessa quarta-feira (21), que os homossexuais devem ser protegidos pelas leis de união civil, em uma das linguagens mais claras já usadas pelo pontífice sobre os direitos dos gays.
“Os homossexuais têm o direito de ter uma família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deveria ser descartado ou se sentir infeliz por isso”, diz o papa no documentário Francesco, do diretor indicado ao Oscar Evgeny Afineevsky.
“O que temos que criar é uma lei da união civil. Dessa forma, eles são legalmente cobertos. Eu defendi isso”, acrescentou.
O papa pareceu estar se referindo à época em que era arcebispo de Buenos Aires e se opunha à legislação para aprovar casamentos de pessoas do mesmo sexo, mas apoiava algum tipo de proteção legal para os direitos dos casais homossexuais.
O biógrafo papal Austen Ivereigh disse à Reuters que os comentários do papa no filme foram as palavras mais claras que o pontífice usou sobre o assunto desde sua eleição em 2013.
Francisco, que no início de seu papado disse a famosa frase “Quem sou eu para julgar?” quando questionado sobre homossexuais que tentavam viver uma vida cristã, falou em uma parte do filme sobre Andrea Rubera, um gay que adotou três filhos com seu parceiro.
Rubera contou no filme que foi a uma missa matinal, que o papa celebrou no Vaticano, e lhe entregou uma carta explicando sua situação. Ele disse ao papa que ele e seu parceiro queriam criar os filhos como católicos em sua paróquia local, mas não queriam causar nenhum trauma para eles. Não ficou claro em que país eles vivem.
Rubera informou que o papa telefonou para ele vários dias depois, dizendo que tinha achado a carta “linda” e pedindo ao casal que apresentasse seus filhos à paróquia, mas que estivesse pronto para a oposição.
“Sua mensagem e seus conselhos foram muito úteis porque fizemos exatamente o que ele nos disse. É o terceiro ano que as crianças estão no caminho espiritual na paróquia”, afirma Rubera no filme.
“Ele não mencionou qual era sua opinião sobre minha família, então acho que ele está seguindo a doutrina nesse ponto, mas a atitude em relação às pessoas mudou muito”, acrescentou.
A Igreja Católica ensina que as tendências homossexuais não são pecaminosas, mas os atos homossexuais são, e afirma que os homossexuais devem ser tratados com dignidade.
Fonte:Agência Brasil