NotíciasSaúde

Mais dois anti-inflamatórios aceleram recuperação de Covid em pesquisa

Compartilhar:

Um estudo brasileiro e outro norte-americano trouxeram uma importante notícia em meio à pandemia: foram descobertos um anticorpo e um remédio experimental com ação anti-inflamatória capaz de acelerar a recuperação de pacientes com Covid-19 em estado grave. Os resultados foram descritos em artigos publicados na revista Clinical Immunology.

Ambos os compostos provocaram no organismo uma resposta robusta nos pacientes voluntários capaz de responder à infecção causada pelo novo coronavírus. Essa reação foi possível pela inibição de uma cadeia de proteínas presente no sangue chamada sistema complemento.

Quando ele é ativado de forma persistente e descontrolada pelo organismo, ocorre a chamada “tempestade de citocinas”, que entra em uma espiral de ativação contínua que leva à infiltração maciça de certos tipos de células de defesa nos tecidos infectados, levando à danos permanentes nas paredes dos vasos que ficam em volta de vários órgãos importantes e até à trombose, culminando em falência múltipla de órgãos.

Não é novidade que os inibidores do sistema complemento eram as apostas da ciência para controlar a Covid-19 e até haviam resultados promissores. Contudo, pela primeira vez foi esclarecida e avaliada a eficácia da ação dessas substâncias.

MÉTODO
Em Ribeirão Preto, cientistas fizeram testes com o anticorpo monoclonal eculizumabe. Um grupo de dez pacientes positivos para o novo coronavírus recebeu uma dose da substância uma vez por semana durante todo o período de internação.

Ao mesmo tempo, outro grupo de voluntários em um hospital de Milão, na Itália, recebeu a droga experimental chamada de AMY-101 sob a coordenação de cientistas da Universidade da Pensilvânia, dos Estados Unidos, que chegou até a testar compostos sintéticos inspirados em substâncias já presentes na natureza, encaminhados pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) contra a doença.

Os dois grupos tiveram reações positivas no organismo, mas o remédio proporcionou um controle terapêutico mais amplo, com recuperação ainda mais rápida de um tipo de célula de defesa chamada linfócito.

Como o AMY-101 é mais barato, os dois grupos de estudiosos resolveram fazer um teste ainda maior em brasileiros.

Essa terceira fase da pesquisa deverá contar com a ajuda de mais de cem pacientes internados com a Covid-19 em estado grave. Todos eles serão tratados exclusivamente com AMY-101 a fim de que se possa medir qual a eficácia real do medicamento.

A princípio, a pesquisa será feita no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que pertence à Universidade de São Paulo (USP). Não está descartada a possibilidade de firmar parcerias com outras instituições de ensino em outros estados.

FRENTES DE COMBATE
Enquanto isso, seguem os testes com vacinas promissoras na imunização da população contra o coronavírus.

Depois de serem suspensos, os testes com o produto desenvolvido na Universidade de Oxford, na Inglaterra, recomeçaram no começo do mês. Diante da suspeita de uma reação grave em um dos voluntários, optou-se em paralisar a fase três, mas depois que uma equipe de cientistas analisou o caso, chegou à conclusão que o problema de saúde apresentado pela paciente não tinha relação com a dose.

A farmacêutica AstraZeneca divulgou há alguns dias uma série de documentos a respeito do produto, no intuito de aumentar a confiança da população quanto à vacina. Conforme o New York Times, a meta da empresa é entregar um produto com pelo menos 50% de eficácia, o mínimo exigido por órgãos norte-americanos de controle.

Para determinar essa taxa, é preciso esperar que 150 voluntários testem positivo para a Covid-19, quando então a reação imunológica será analisada. Porém, uma análise preliminar deve ser feita depois de apenas 75. Se ficar provado que a substância realmente é segura e capaz de gerar uma reação positiva do sistema imunológico, a liberação para uso emergencial será requerida, o que deve acontecer até o fim do ano.

 

Fonte:CE

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo