O sucesso de duas iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável da região turística ‘Costa Leste-Vale do Aporé’ fez com que os organizadores inscrevessem seus projetos no Desafio Changemakers. A iniciativa é da Ashoka, organização sem fins lucrativos considerada a 5ª ONG de maior impacto social no mundo e que tem como uma das áreas de atuação o empreendedorismo social.
Intitulado ‘Trilhando a Transformação: Desafio de Inovações em Turismo Sustentável’, a competição é voltada especialmente para quem, diante da atual conjuntura do setor devido à pandemia, está construindo outros arranjos para o turismo. Um dos projetos inscritos é o ‘Torneio de Pesca Esportiva de Três Lagoas’, que acontece há 10 anos na região. A APETL (Associação de Pesca Esportiva de Três Lagoas) é a responsável pelo torneio, que visa desenvolver o turismo da pesca esportiva, o pesque e solte, a preservação ambiental e a integração com a comunidade.
Segundo o idealizador do evento de pesca de Três Lagoas e membro da APETL, Stenio Congro Neto, o projeto sul-mato-grossense inscrito no desafio contempla os quatro pilares do Turismo Sustentável (social, cultural, ambiental e econômico). “Trabalhamos fortemente a presença cultural que o pescador tem na região, levantamos a bandeira da preservação ambiental e entendemos que a natureza retribui quando focamos na manutenção do peixe vivo, no combate à pesca predatória e no cuidado com os nossos rios. Prezamos pelo Turismo Sustentável e ambientalmente responsável. Vale citar ainda que realizamos anualmente o dia da limpeza, retirando toneladas de lixo flutuante e do lixo nas encostas”.
Stenio explica ainda que são poucas iniciativas de turismo de pesca na região. “O nosso evento atrai pescadores esportivos de vários estados do Brasil. Temos registro de pescadores que visitam nossa região com 30 dias de antecedência do evento para treinar e ter bom desempenho na competição. Isso movimenta a cadeia de hotéis, supermercados, restaurantes, bares, postos de combustíveis. Sem falar do público local, que está sempre presente no evento. Fazemos também um trabalho de conscientização com as crianças das escolas públicas, visando a educação ambiental. Apesar do grande potencial de turismo náutico e de pesca da região, há poucas iniciativas para o desenvolvimento desse segmento. A preservação dos rios e lagos na prática da atividade ‘pesque e solte’ pode ser uma das soluções para atrair pescadores e desenvolver o turismo de forma sustentável”, salienta.
O outro projeto de Três Lagoas inscrito na competição é o ‘Reabertura da Tribo Sucuriú’. A Tribo do Sucuriú, um espaço de convívio entre ribeirinhos, proprietários de rancho e turistas que operou a recepção de turistas entre os anos de 2000 e 2006, teve as atividades interrompidas em 2007. Mas em 2014 foi iniciado o Projeto de Reabertura da Tribo do Sucuriú, com o posicionamento de ser um empreendimento inovador, cuja visitação pudesse proporcionar a interpretação ambiental e experiências culturais marcantes.
Segundo um dos idealizadores do projeto, Idevaldo Garcia, a ideia é transformar as ‘Praias do Sucuriú’, localizadas na Área de Preservação Permanente (APP) do Lago de Jupiá, região da Usina de Jupiá, em um novo destino de turismo de Mato Grosso do Sul, contemplando todos os pilares do Turismo Sustentável. “A Tribo do Sucuriú sempre incluiu as comunidades locais, gerando impacto de empregos diretos e indiretos na comunidade ribeirinha dos loteamentos Pontal do Faia e Projeto Paraíso. Desde sua abertura em 2000, o nome “Tribo do Sucuriú” é uma homenagem à etnia Ofaié, que habitava as margens do Rio Paraná, em MS, do Rio Sucuriú até o Rio Vacaria. Hoje a comunidade tem identidade e artesanato fortes e conta com a Associação Hankrägani de Produtores Ofaié, que pretende implantar o primeiro ponto de venda do artesanato desenvolvido por eles” explica.
“Também está previsto no projeto que os serviços turísticos de empresas privadas e ranchos de locação poderão ser comercializados a partir de uma plataforma digital de vendas. Além disso, pretendemos orientar os proprietários a utilizarem técnicas de construção de baixo impacto na natureza para a preservação das APP´s, com produção de energia solar, compostagem, agroflorestal, tratamento de esgoto. A proposta de recuperação e proteção da APP, de oferecer interpretação do meio ambiente e tecnologias de conservação ampliam as experiências do produto”, salienta Idevaldo.
Para o diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS, Bruno Wendling, são iniciativas que visam o desenvolvimento da região, tanto em termos ambientais quanto da comunidade local. “Estou muito feliz do MS ter dois projetos inscritos nessa competição. Como fonte de renda, a pesca esportiva em Três Lagoas já vem crescendo muito e é importante a preocupação dos organizadores nesse envolvimento da comunidade no torneio. E é louvável o resgate do projeto ‘Tribos do Sucuriú’, que envolve a toda a região de Três Lagoas no atrativo com produção de artesanato, produção associada e preservação ambiental. Estou muito feliz e na torcida para que ambos tenham sucesso. De qualquer sorte já são projetos de destaque local e eu tenho certeza que vão contribuir muito para a diversificação e desenvolvimento do turismo da Costa Leste”, conclui.
Desafio Changemakers
Até o dia 18 de setembro acontecem as primeiras avaliações dos projetos inscritos, que levarão em consideração o impacto social da iniciativa, a inovação dentro do turismo sustentável, o planejamento financeiro e operacional, a replicabilidade e crescimento da iniciativa, estratégias que potencializem as pessoas como agentes de transformação social e as evidências de inclusão que atendam gênero, acessibilidade, classe, etnia, raça e diversidade intergeracional. A divulgação dos finalistas será no dia 26 de outubro e o anúncio dos vencedores no dia 27 de novembro de 2020.
Para conferir os projetos ‘Torneio de Pesca Esportiva de Três Lagoas’, ‘Reabertura da Tribo Sucuriu” e saiba mais sobre o Desafio Changemakers ‘Trilhando a Transformação: Desafio de Inovações em Turismo Sustentável’, clicando AQUI.
Fonte:PE