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Feriadão deu fôlego para o trade, mas foi prova de fogo para comerciantes

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O primeiro feriado prolongado, após abertura do turismo em Bonito, superou as expectativas de todos os setores e movimentou a economia do município, injetando cerca de R$ 12 milhões em apenas 4 dias, segundo divulgado pelo secretário de Turismo do Município, Augusto Mariano. Porém foi também uma prova de fogo, principalmente para os bares e restaurantes.

João Vizcaíno, proprietário de um dos restaurantes mais conceituados de Bonito – A Casa do João – relatou lotação máxima dentro da capacidade permitida em protocolo e filas de espera enormes, não tendo condições de atender a todos que procuraram pelo restaurante. “As coisas deram tudo certo aqui dentro do restaurante, mas foi muito tumultuado. Nós trabalhamos com capacidade de 50% e ficávamos sempre em cima do horário para conseguir fechar até às 23 horas, isso abrindo às 18 horas. Então por conta dessas reduções, tanto de horário de atendimento, como de capacidade, nós tivemos filas de espera gigantescas, tivemos que mandar muita gente embora e isso não foi só aqui”, detalha.

Ainda segundo o empresário, outro fator problemático durante o feriado foi o uso de máscaras por parte dos visitantes. “Tivemos que ser bastante tolerantes, porque as pessoas estavam estressadas, agressivas. O uso de máscaras não foi seguido à risca. Houve momentos em que juntou uma galera dentro da recepção esperando mesa, ninguém com máscaras, eu já não sabia mais o que fazer”.

Jean Pierre, responsável pelo restaurante Juanita, também famoso na gastronomia local, relatou que embora estivesse preparado para o movimento forte, desde estoque até o pessoal para o atendimento, houve fila de espera e clientes que saíram sem atendimento. “Devido ao toque de recolher e ao volume de gente na cidade, não dava pra fazer compromisso com todos que procuravam, porém reforço que a retomada no movimento turístico é importante para a nossa cidade e para o trabalhador bonitense, uma vez que vivemos quase que estritamente da renda trazida pelo turismo, onde toda a cadeia do comércio local se oxigena. Passamos por 110 dias fechados, dias esses difíceis, onde a recessão tomou conta do meu comércio e de outras dezenas”, explica.

Alexandre Fredrich, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em Bonito, por sua vez, reforçou que feriado foi muito positivo de modo geral, distribuindo a renda para todos. “Do hotel mais chique ao hotel mais simples, do restaurante mais conceituado ao vendedor de salgado, as conveniências todas venderam muito bem, então foi muito bom mesmo. Casa de aluguéis também lotaram, nós precisávamos disso, o comércio de forma geral precisava disso e vai movimentar a renda dos supermercados, loja de roupas, de calçados de eletrônicos, enfim”, afirmou.

Sobre a lotação nos restaurantes, Fredrich destacou que embora houvesse filas de espera em vários estabelecimentos, nenhum turista saiu de Bonito sem ser atendido.

No setor de hotelaria, o feriado também foi alento. Kátia Celi, proprietária do Hotel Piramiúna lamentou apenas não poder atender a todos que procuravam, mas reforçou que entende a importância do protocolo e seguiu rigidamente as determinações. “No hotel estamos trabalhando exatamente como determina o protocolo de biossegurança e no geral foi tudo tranquilo. Claro que alguns turistas, em determinados momentos, tinham um pouco de resistência em colocar a máscara, mas nós insistíamos com a obrigatoriedade do uso e eles colaboravam. A procura foi muito grande, se não tivéssemos com o protocolo, teríamos vendido os 41 apartamentos”.

Ainda segundo Kátia, o hotel segue com movimento intenso durante todo o mês de setembro e com grande procura para o feriado de outubro. “Para se ter uma noção, no Réveillon eu só tenho mais dois quartos disponíveis e nós estamos em setembro. Isso nunca aconteceu, nós sempre locamos todos os quartos para este período, mas as reservas são sempre no ultimo trimestre do ano”, afirma.

A Prefeitura Municipal de Bonito divulgou balanço do feriado. Conforme dados do Posto de Controle de Monitoramento montado na MS-178, na entrada de Bonito, entre os dias 4 e 7 de setembro, 10.941 pessoas passaram por entrevista e aferição de temperatura neste período e 3.689 veículos foram abordados.

A Guarda Municipal também divulgou balanço do feriado. De sexta até segunda-feira foram registrados 21 denúncias de aglomeração, 31 ligações diretas para o 153 da GCM, 14 festas foram encerradas – a maioria em casas alugadas para temporada – 6 pessoas foram encaminhadas para delegacia por descumprimento do decreto, 8 estabelecimentos receberam orientação sobre distanciamento das mesas e 11 estabelecimentos foram orientados sobre o fechamento após o toque de recolher.

“Não foi emitido nenhum termo de notificação para nenhum estabelecimento, porque no geral, todos estavam seguindo o protocolo e quando era identificada alguma irregularidade, como distanciamento das mesas, os proprietários atendiam de imediato, sem grandes transtornos”, detalhou Mariana Correa, chefe do departamento de Vigilância Sanitária em Bonito.

A Vigilância também realizou rondas a pé pelas calçadas e ruas da cidade, orientando visitantes e moradores sobre o uso de máscaras e o distanciamento social. Ação semelhante foi realizada no Distrito Águas do Miranda, que recebe grande fluxo de visitantes para a prática do turismo de pesca.

Protocolos

Conforme protocolos de biossegurança da Atratur (Associação dos Atrativos Turisticos de Bonito e Região) e da ABH (Associação Bonitense de Hotelaria) a capacidade máxima, tanto dos meios de hospedagem, quanto dos passeios, foi reduzida durante a pandemia, por isso, praticamente todos os setores registraram lotação máxima durante o feriado.

Fonte: Redação

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