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“Olho de Gato”, a explosão do pop-rock douradense

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No início dos anos 80, Fernando Bola morava na Rua João Cândido da Câmara, a poucas quadras da Igrejá Matriz de Dourados (hoje, Catedral) e, também, perto da 1ª Igreja Batista, no centro da cidade. E, lá na sua casa, começou a dar as primeiras baquetadas. A gente ouvia de longe o som da bateria do então Bolão, durante os seus ensaios.

 

E deu no que deu. Em 1985, Fernando Bola resolveu fundar uma banda de rock, juntamente com dois amigos: Naufal Maurício (guitarrista, in memorian) e Lúcio Val (baixo, in memorian).

O “Olho de Gato” surgiu numa época em que o rock no Estado carecia de mais bandas, para trilhar pelos mesmos caminhos de sucesso do Euphoria e do Alta Tensão, por exemplo.

Em 1986, o “Olho de Gato” deu um pulo inusitado: foi se apresentar, durante uma semana, no Centro Cultural Vergueiro, em São Paulo.

Portanto, o “Olho de Gato” foi a primeira banda de rock de Dourados, que saiu daqui para tocar em outro Estado. E fazer sucesso.

Em 1988 o “Olho de Gato” retornou a São Paulo, onde permaneceu até o final de 1989 tocando em vários locais, com Rodrigo Teixeira nos vocais e Pedro Ortale, no baixo.

Além de Rodrigo e Ortale, outros músicos de renome também passaram pelo “Olho de Gato”, como Cláudio Prates (ex-Euphoria) e Antônio Porto, que ao longo do tempo se tornou colaborador da banda.

Em 2003, o “Olho de Gato” resolveu se fixar em Campo Grande, já que o mercado da música começava a dar sinais de crescimento na Capital do Estado, principalmente com as temporadas populares promovidas pelo governo estadual.

Em 2003, o “Olho de Gato” lançou o seu primeiro CD, independente. E de cara, três músicas caíram nas graças do público: “Teu Beijo”, “Cada Vez no Amanhecer” e “Regamos Espinhos” (essa, letra de Ilson Venâncio e música de Bola). Além de Fernando Bola, o grupo, no 1º CD, era formado por Daniel Freitas (vocal), Alex Mesquita (baixo) e Anderson Rocha (guitarra) e Cristian Holz (guitarra).

Em 2005, a banda produziu o videoclipe da música “Extermíndio”, que foi composta em 1986 por Fernando Bola e que falava da situação precária em que viviam os índios da região. O videoclipe mostra fotos e cenas fortes de índios guarani e caiuá da região de Dourados, onde existia um grande número de suicídios e um índice alto de índios alcoólatras.

Em 2007, o “Olho de Gato”, com nova formação (Alex Mesquita, no baixo, e Marcelo Oliveira, vocais e guitarra e Anderson Rocha guitarra), lançou o segundo CD, também independente, gravado ao vivo. Também participaram outros antigos parceiros como Rodrigo Teixeira e Celito Espíndola.

O terceiro CD, em 2009, recebeu o nome de ‘A Qualquer Hora”, onde o grupo continuou com as parcerias e mesclando pop-rock com influências regionais. E com nova formação, com Luzinho Fernandes no lugar de Alex Mesquista, no baixo.

Em 2004 e em 2006, o “Olho de Gato” participou do Festival América do Sul, na cidade de Corumbá. E em 2004, participou do encerramento do Festival Gira Palermo, em Assunção, capital do Paraguai.

Vale lembrar que o “Olho de Gato” fez sua estreia durante o Projeto Pixinguinha, no Clube Nipônico, em Dourados, em 1985, quando abriu o show do mineiro Wagner Tiso.

Aliás, “Olho de Gato” abriu shows de vários artistas de renome como Belchior, Cássia Eler, Kiko Zambianchi, Chico César, O Rappa, Leone e vários outros, durante as temporadas populares em Mato Grosso do Sul.

Depois disso, Fernando Bola resolveu dar um tempo e foi morar em São Paulo. Após alguns anos, retornou a Campo Grande, onde vive até hoje.

Ele não garante sobre uma possível volta do “Olho de Gato”. Mas, sinaliza que pode ocorrer um “revival” após o fim da pandemia do coronavírus.

 

Fonte:Vander Verão

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