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Família e ‘braço direito’ de narcotraficante Pavão são presos em ação da PF

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A operação Pavo Real, deflagrada nesta manhã de quinta-feira (27) pela Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Distrito Federal e Santa Catarina, resultou na prisão de familiares do narcotraficante Jarvis Pavão e de um de seus principais braços direitos, que mora em Campo Grande, na Vila Rica – região norte da cidade.

Gandhi Jacob é um dos homens de confiança da família Pavão, sendo responsável por organizar a segurança do grupo liderado pelo narcotraficante e operar esquema criminoso para ocultar bens pertencentes ao famoso clã. Além dele, um filho de Jarvis, tido como peça-chave nas atividades da quadrilha, foi preso em Balneário Camburiú (SC).

O preso seria Luan Pavão, que morava em um apartamento de luxo na cidade, conforme o apurado. Além dele, outro membro da facção de Pavão foi preso na cidade turística do litoral de Santa Catarina. Ao todo, foram cumpridos 21 mandados de prisão nos cinco estados.

Mulher, mãe, padrasto, genros, irmãos e sobrinhos de Pavão foram alvo da ação, porém, algumas pessoas ficaram em prisão domiciliar preventiva por causa da idade avançada e também por terem crianças pequenas para cuidar, segundo explicou a PF em coletiva de imprensa.

A maioria dos integrantes da família Pavão estavam em casas alugadas em Brasília (DF), onde residiam a pouco tempo. A cidade é onde está preso Jarvis, na Penitenciária Federal. Ele está no local desde 2019, após ser extraditado do Paraguai, tendo passado antes pela penitenciárias federais de Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).

Além das prisões, foram cumpridos 67 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Rondônia. Foram bloqueados mais de R$ 302 milhões dos investigados, dinheiro que estava em 96 contas bancárias, além de suspensas atividades de 22 empresas.

Também foram sequestrados judicialmente 17 veículos de luxo, avaliados em R$ 2,3 milhões ao todo, e 50 imóveis que, somados, ultrapassam o valor de R$ 50 milhões. Outros carros em nome dos investigados e imóveis de menor valor também foram bloqueados.
Um ano e meio de investigação

A investigação começou em fevereiro de 2019, quando Jarvis ainda estava preso em Porto Velho. Lá, bilhetes dele foram interceptados – e confirmados serem de sua autoria em perícia grafotécnica – contendo anotações de diversos imóveis identificados apenas por siglas e codinomes, tanto no Brasil quanto no exterior.

A partir de então, vários levantamentos foram feitos até ser identificado que, apesar de preso em unidade federal, Jarvis seguia operando o crime organizado – ele é um dos principais narcotraficantes da fronteira entre Brasil e Paraguai, sendo preso no Paraguai, onde conseguiu privilégios nos presídios e acabou sendo extraditado para o Brasil.

Já diante de seu histórico criminal e condenações por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo, foi possível rastrear sua atividades ilícitas, envolvendo seus familiares e tendo o filho Luan como um dos líderes da operação, que incluía ainda a disputa por espaço com facções rivais.

Tal ‘guerra’ na fronteira teve início principalmente após a morte de Jorge Rafaat, em junho de 2016 em Pedro Juan Caballero. O narcotraficante era conhecido por dominar a região e, assim, garantir certa tranquilidade. Porém, a disputa ganhou intensidade após ele ser assassinado em uma verdadeira operação especial financiada por grupos rivais.

Jarvis Pavão chegou a ser apontado como um dos mandantes do crime, porém, ele sempre negou qualquer envolvimento com o crime e chegou ainda a afirmar, através de seus advogados, que sempre foi amigo de Rafaat. Na época do crime, Jarvis estava preso em Assunção (PAR).

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