Cerca de 1.400 funcionários dos Correios em Mato Grosso do Sul podem entrar em greve no mês de agosto após terem uma série de benefícios cortados.
Com a paralisação, os trabalhadores querem impedir a estatal de cortar benefícios, como o adicional de férias de 70% e um tíquete alimentação de R$ 1 mil oferecido em dezembro, que não estão previstos na CLT.
Em nota, o Correios informou que o acordo proposto aos trabalhadores partiu da necessidade de adequar os benefícios dos empregados à realidade financeira da estatal.
A empresa pública citou que está seguindo orientação do governo federal, que recomenda que os Correios façam redução das concessões que extrapolam a legislação e oneram suas finanças.
Por outro lado, a categoria não concordou com as mudanças e os 31 sindicatos que integram a principal federação de trabalhadores dos Correios aprovaram indicativo de greve. No dia 4 de agosto, assembleia nacional irá definir se haverá ou não a paralisação.
A direção da estatal afirma que já tem um plano de contingência formulado para garantir a continuidade de suas atividades.
Cortes e adequações à CLT
Um dos pontos afetados pela proposta dos Correios é o corte no vale refeição. Segundo a estatal, o valor pago extrapola a jornada de trabalho, alcançando as férias e o recesso semanal. A medida poderia gerar economia de R$ 20 milhões mensais, segundo os Correios.
Outra questão abordada no plano da estatal é a redução do pagamento de férias. Hoje, os funcionários recebem 2/3 de adicional ao salário, quando a CLT garante ao trabalhador 1/3 de incentivo no período de descanso.
Se a proposta for aprovada, a licença maternidade que é de 180 dias, passaria para 120 dias como prevê a CLT. O período de amamentação, que hoje é de uma hora de intervalo em cada turno, seria de apenas 30 minutos.
A proposta prevê ainda uma redução no adicional noturno de 60%. A direção da estatal quer a “manutenção do adicional noturno conforme legislação, no valor de 20% ao da hora diurna”.
Outros benefícios também serão cortados, como o pagamento de multas dos funcionários e o vale cultura. A indenização por morte ou invalidez será igualmente excluída, junto com o transporte noturno.
Assim, todas essas ações poupariam mais de R$ 600 milhões ao ano à empresa, que enfrente dificuldade financeira, agravada pela crise provocada pela pandemia do coronavírus.
Fonte:MM