Um canal de televisão dedicado a celebrar, 24 horas por dia, a cultura negra: esse é o objetivo do Trace Brazuca, que estreia às 10h do próximo sábado (25) nas operadoras Claro e Vivo. Em coletiva de imprensa virtual realizada nesta quarta-feira (22), a equipe da emissora adiantou o que podemos esperar dessa novidade na TV brasileira.
“O Trace Brasil não é o primeiro canal negro do país, mas o primeiro afrourbano segmentado para a população preta e periférica. As pessoas negras querem se ver e se entender. Há canais dedicados ao agronegócio, aos esportes radicais. Essa é uma forma de criarmos espaços de inclusão”, disse AD Junior, head de marketing da emissora.
O projeto já havia desembarcado aqui em 2019, quando o programa Trace Trends estreou na Rede TV!. Agora, com a produção completa, a ideia é focar na divulgação da música e cultura preta, criando pontes entre a África e o Brasil, o país com maior população afrodescendente do mundo.
“Queremos mostrar que nós, pessoas negras, podemos falar de qualquer assunto e produzir conteúdo sobre qualquer assunto”, resumiu Alberto Pereira Jr, apresentador do Trace Trends. A estreia no sábado não foi decidida à toa.
Programação especial
Em 25 de julho é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, dando um simbolismo ainda maior para a chegada do Trace Brazuca ao país. Com isso, a programação vai trazer playlists de mulheres pretas latinoamericanas e caribenhas junto a filmes e documentários da diretora Sabrina Fidalgo, um dos nomes mais influentes do cinema brasileiro.
“A estratégia é sempre o pé na porta. Com tantos anos de subjugação, praticamente um estado de apartheid cultural e econômico, é fundamental que a gente tenha oportunidade de mostrar nosso trabalho com pessoas negras tendo espaço para mostrar sua visão de mundo. Agora é a hora de ampliar esse poder para que pessoas negras criativas tenham as mesmas oportunidades de contar suas próprias histórias”, frisou Sabrina.
“Nossa meta é promover artistas afrourbanos ligados a todos países da África. A ideia é trabalhar em conjunto com eles e com os produtores, fomentado todos os talentos”, garantiu a diretora de canais lusófonos da Trace, Carina Brito.
Fonte: Metropoles