O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, fez um alerta sobre o aumento de casos de covid-19 nas aldeias indígenas, no Mato Grosso do Sul. Também pediu que as prefeituras tomem providências e façam ações efetivas nestas comunidades, lembrando que este público precisa de uma “atenção especial”.
Ele ponderou que é preciso conter a disseminação da doença nestes locais. “Precisa-se de ações efetivas e urgentes nas aldeias, pois podemos ter um desfecho desfavorável, por se tratar de uma população vulnerável, que tem suas peculiaridades”, descreveu o secretário, durante live nesta manhã (21).
Geraldo ponderou que existe um departamento voltado para saúde indígena no Ministério da Saúde, que é a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), responsável por dar este apoio nos estados, mas destaca que o poder público precisa atuar para evitar a expansão do covid-19 nas aldeias.
Casos – De acordo com o último boletim do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) de Mato Grosso do Sul, que saiu ontem (20), às 20 horas, até o momento são 274 casos confirmados de covid-19 entre indígenas, com cinco mortes no Estado. Deste grupo 168 já estão recuperados, 98 continuam em isolamento domiciliar e três permanecem internados, em leitos clínicos.
Segundo estes dados, a cidade de Dourados tem mais incidência da doença em indígenas, com 209 casos, seguido por Tacuru (22), Sidrolândia (18), Caarapó (11), Aquidauana (10), Amambai (03) e Miranda (01). Em relação aos números nacionais, segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), são 16.803 casos no Brasil, com 544 mortes em função da covid.
Estrutura – O líder indígena, Dionedison Terena, afirmou que é preciso melhorar a estrutura de saúde para atender as comunidades indígenas, neste período,. Ele contou que no complexo de aldeias de Aquidauana, três profissionais de saúde, um médico e duas enfermeiras é que fazem os testes rápidos, tendo apenas um veículo à disposição.
“Eles levam todo material e amostra neste único veículo que atende lá, e sabemos que a tendência é piorar a situação do covid nas aldeias e em todo Estado. Precisamos de mais estrutura e até segurança aos profissionais que vão nos atender”, descreveu ele.
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