Tenho um carinho sentimental pela família Belini, que tem suas raízes em parte em Jaboticabal, a cidade onde nasceu meu pai, Waldemar Martins. Lá, éramos vizinhos dos Belini. Um deles morava ao lado da casa de meu pai e era alfaiate — o melhor da cidade e região. Seus ternos eram primorosos, costurados com uma maestria que embelezava até mesmo os mais simples de nós. Nas épocas de bailes de debutantes, nós, os jovens, sabíamos: era preciso encomendar um “terno do Belini”; do contrário, as mocinhas nem nos notariam.
A vida trouxe uma dessas coincidências do destino. Quando meu pai — que hoje dá nome à ponte sobre o Córrego do Matheus, na Rodovia do Turismo — veio construir o primeiro Hotel Fazenda Rio Formoso, às margens do Formosão, na Ponte do Hormínio, um dos motivos que o levou a investir em Bonito foi justamente reencontrar os Belini. De vizinhos em Jaboticabal, nos tornamos vizinhos de estrada em Bonito. A fazenda de Luis Belini ficava defronte à Fazenda da Barra, do também saudoso Jaiminho do Projeto Vivo. E assim, meu pai reatou laços com os Belini bonitenses: Luiz, Rogério, Leandro, Giovana, Valmir, Luiz Carlos, seu João (já falecido, pai do Alexandre) e seu Zé Belini, entre tantos outros que também adotaram essa terra amada para labutar diariamente e criar seus filhos.
Anos mais tarde, outra doce coincidência: ao comprarmos nossa casa em Campo Grande, na Avenida Rita Vieira de Andrade, próxima ao Supermercado Rita Vieira — onde fazemos nossas compras —, descobrimos que quem nos atendia era outro Belini, bonitense e jaboticabalense, filho do Valmir.
Por todas essas histórias entrelaçadas, recebemos com profunda tristeza a notícia do falecimento do meu amigo Alexandre Belini.
Foram muitas as tardes e noites de alegria, de boa prosa, seja no Téia ou em casa, ouvindo boa música e saboreando o inigualável xaxim do Zé Bugre — momentos que marcaram nossa amizade ao longo de duas décadas. Perdemos um grande amigo, um ser humano íntegro, pai de família honrado e trabalhador.
Em nome de meu pai e de toda a minha família, desejamos, neste momento de dor e reflexão — tão próximo do nascimento de Jesus —, expressar nossos sentimentos mais sinceros.
À toda a família Belini, desejamos que Deus acolha Alexandre junto de seu pai, seu João, e conforte cada coração nesta hora de luto e saudade.
Fonte: Bosco Martins