sexta-feira, 5 dezembro, 2025 03:42
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Ex-presidente dos Correios receberá R$ 319 mil enquanto estatal afunda em rombo bilionário e prepara demissões em massa

de Redação Bonitonet
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A crise nos Correios continua se aprofundando, e o cenário ganhou ainda mais atenção após a saída do ex-presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, que receberá R$ 319.718,34 em quarentena remunerada — valor equivalente a seis meses do salário de R$ 53.286,39 que ele próprio reajustou em 14% enquanto comandava a empresa.

Fabiano deixou o cargo após comunicar à Comissão de Ética Pública (CEP) que recebeu convite para atuar como consultor no escritório CM Advogados, do advogado Marco Aurélio de Carvalho. O órgão entendeu que a mudança para a iniciativa privada poderia gerar conflito de interesse e autorizou a quarentena, período em que Fabiano não poderá trabalhar na área, mas continuará recebendo integralmente o valor do antigo salário.

A saída ocorre em meio ao pior momento financeiro recente da estatal. O rombo dos Correios chegou a R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes maior que o prejuízo do ano anterior, e os números de 2025 seguem ainda mais críticos.

Diante desse quadro, a empresa aprovou um duro plano de reestruturação para tentar evitar o colapso nos próximos 12 meses. Entre as medidas, estão:

  • Fechamento de até mil agências consideradas deficitárias;
  • Programa de demissão voluntária, com estimativa de desligamento de cerca de 10 mil funcionários;
  • Mudanças nos planos de saúde dos colaboradores que permanecerem;
  • Venda de imóveis, com expectativa de arrecadar até R$ 1,5 bilhão;
  • Operação de crédito de até R$ 20 bilhões, considerada essencial para reduzir o déficit em 2026 e tentar voltar ao lucro apenas em 2027.

Segundo a empresa, o objetivo é atravessar três fases: recuperação financeiraconsolidação e retomada do crescimento. Mesmo assim, o custo dos serviços postais universais continua pesando: só no primeiro semestre de 2025, esses serviços custaram R$ 5,4 bilhões, resultando em déficit líquido de R$ 4,5 bilhões.

Enquanto a estatal enfrenta cortes, fechamento de unidades e incertezas para milhares de trabalhadores, o ex-presidente deixa o comando com salário reajustado e uma quarentena remunerada que ultrapassa os R$ 300 mil, aumentando ainda mais a pressão sobre a gestão e sobre a situação financeira da empresa.

com informações do Metrópoles e CNN

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