Viaduto estaiado de R$ 90 milhões na rotatória da Coca-Cola promete acabar com congestionamentos históricos, transformar o trânsito em Campo Grande, criar novo cartão-postal urbano e mudar a rotina diária de motoristas, ônibus e caminhões

Com investimento de R$ 90 milhões viabilizado por emenda federal, o viaduto estaiado na rotatória da Coca Cola pretende eliminar gargalos históricos, reorganizar o encontro de quatro avenidas estratégicas, reduzir atrasos diários para carros, ônibus e caminhões e ainda criar novo marco visual para Campo Grande no principal eixo urbano

Em 9 de dezembro de 2025, o anúncio da construção de um viaduto estaiado na rotatória da Coca Cola recolocou a mobilidade urbana de Campo Grande no centro do debate. A obra, orçada em R$ 90 milhões, foi apresentada como resposta direta a anos de congestionamentos em um dos cruzamentos mais críticos da capital sul mato grossense, onde se cruzam as avenidas Gury Marques, Costa e Silva, Senador Antônio Mendes Canale e Doutor Olavo Vilella de Andrade.

A proposta é usar o viaduto estaiado para separar fluxos em níveis diferentes, reduzir o número de conflitos entre veículos, diminuir tempos de espera e dar mais previsibilidade aos deslocamentos diários. Ao mesmo tempo, a estrutura de cabos e mastros deve funcionar como novo cartão postal urbano, integrando mobilidade, paisagem e valorização imobiliária em uma área que hoje é conhecida principalmente pelos engarrafamentos recorrentes.

Onde o viaduto estaiado será construído e o que muda na rotatória da Coca Cola

O ponto escolhido para o viaduto estaiado é a rotatória da Coca Cola, um nó viário que concentra tráfego intenso de carros, ônibus e caminhões.

Ali se encontram rotas que ligam bairros populosos, áreas comerciais de grande fluxo e saídas estratégicas de Campo Grande.

Na prática, o cruzamento funciona como uma porta de entrada e saída para diferentes zonas da cidade.

Hoje, o controle do fluxo depende de uma combinação de rotatória e sinalização, com paradas frequentes, formação de filas extensas em horários de pico e sensação de imprevisibilidade para quem passa pela região.

A construção do viaduto estaiado pretende reorganizar essa lógica, oferecendo passagem elevada para parte do tráfego e deixando o nível térreo com função mais localizada, reduzindo o número de cruzamentos diretos entre grandes avenidas.

Com a nova geometria viária, a tendência é que a rotatória tradicional seja redesenhada ou parcialmente substituída por interseções em níveis diferentes.

A área deixa de ser apenas um ponto de retenção de fluxo e passa a operar como corredor estruturado, com o viaduto estaiado assumindo o papel principal na distribuição dos veículos ao longo do eixo sul da cidade.

Como o viaduto estaiado pretende aliviar congestionamentos históricos em Campo Grande

O desenho do viaduto estaiado foi pensado para atacar diretamente os gargalos que hoje travam a rotatória.

Ao retirar parte dos movimentos mais longos do mesmo plano da rotatória e levá los para uma via elevada, o projeto reduz o número de cruzamentos críticos entre correntes de tráfego que se cruzam em ângulos diferentes.

Na tabela de antes e depois do próprio projeto, os principais ganhos esperados incluem:

trânsito menos sujeito a filas prolongadas na aproximação da rotatória

menor dependência de semáforos e reduções bruscas de velocidade para quem usa os eixos principais

redução do tempo médio de deslocamento e maior previsibilidade para motoristas frequentes

queda no status de ponto crítico do trânsito local, hoje alvo constante de reclamações

Do ponto de vista da segurança, um viaduto estaiado bem projetado tende a reduzir pontos de conflito entre veículos e pedestres, concentrando as travessias em locais mais organizados.

A eliminação de manobras complexas dentro da rotatória e o redesenho das aproximações podem diminuir colisões laterais e engavetamentos associados aos engarrafamentos atuais.

De onde vem o dinheiro e por que a obra ficou em R$ 90 milhões

O orçamento de R$ 90 milhões para o viaduto estaiado na rotatória da Coca Cola nasce de uma emenda coletiva da bancada federal de Mato Grosso do Sul.

A intenção original era dividir um montante de R$ 110 milhões entre duas obras de grande porte, incluindo outro viaduto no cruzamento da Avenida Mato Grosso com a Avenida Nelly Martins, a Via Park.

Com mudanças na legislação, passou a ser obrigatório ter 100 por cento dos recursos garantidos antes da licitação de empreendimentos dessa escala.

Diante dessa regra, a alternativa foi concentrar os R$ 90 milhões em apenas um viaduto estaiado, priorizando a rotatória da Coca Cola e deixando o projeto da Via Park em espera, condicionado à obtenção de novos recursos em outro momento.

Na prática, isso significa que Campo Grande terá um único grande investimento garantido neste ciclo, apostando que o impacto do viaduto estaiado na rotatória será suficiente para justificar o uso integral da verba federal.

Ao mesmo tempo, o adiamento do segundo viaduto indica que outras intervenções desejadas terão de aguardar uma nova rodada de negociação política e financeira.

O que é um viaduto estaiado e por que ele pode virar cartão postal urbano

viaduto estaiado é um tipo de estrutura em que o tabuleiro que suporta os veículos é sustentado por cabos de aço inclinados, ancorados em um ou mais mastros centrais.

Esses cabos formam desenhos visíveis na paisagem, criando uma assinatura visual que diferencia a obra de pontes ou viadutos comuns apoiados apenas em pilares verticais.

Por combinar eficiência estrutural com impacto estético, o viaduto estaiado costuma ser usado como elemento de identidade urbana, recebendo iluminação cênica e integração com espaços de convivência, ciclovias e áreas verdes.

No caso da rotatória da Coca Cola, a expectativa é que o conjunto se torne um ponto de referência, ajudando a construir um novo cartão postal de Campo Grande e valorizando o entorno.

Essa função simbólica, no entanto, não elimina a necessidade de desempenho técnico.

O desafio é conciliar o papel de obra de arte urbana com o compromisso de entregar fluidez e segurança no tráfego, evitando que o investimento de R$ 90 milhões se restrinja a uma intervenção de efeito apenas visual.

Impactos do viaduto estaiado na rotina de motoristas, ônibus e caminhões

A construção do viaduto estaiado não altera apenas o desenho do mapa, mas a rotina diária de quem depende daquela região para trabalhar, estudar ou escoar cargas.

Em uma primeira fase, durante as obras, a tendência é de aumento temporário da complexidade: desvios de rota, alterações em linhas de ônibus, mudanças de sentido em ruas de apoio e necessidade de atenção redobrada a sinalização provisória.

Depois da entrega, a expectativa é de ganho de tempo para quem cruza a rotatória da Coca Cola todos os dias, tanto em veículos leves quanto em ônibus e caminhões.

O objetivo central é transformar um ponto hoje associado a atraso e frustração em um segmento de passagem mais rápida e previsível, reduzindo os efeitos do congestionamento em cadeia que se espalham por bairros vizinhos.

O novo arranjo viário também tende a mexer com a distribuição de linhas de transporte coletivo e rotas de caminhões, uma vez que o viaduto estaiado deve oferecer acesso mais fluido a bairros, áreas comerciais e corredores de saída da cidade.

Em médio prazo, isso pode reorientar fluxos de carga e de passageiros, ajustando o mapa informal que motoristas usam para desviar dos engarrafamentos atuais.

Sobre o viaduto estaiado na rotatória

As primeiras informações levantaram uma série de dúvidas entre moradores e usuários frequentes da rotatória.

Algumas respostas ajudam a delimitar o que já está claro no desenho do viaduto estaiado e o que ainda depende do projeto executivo:

O viaduto será exclusivo para veículos
A estrutura principal do viaduto estaiado é pensada para o tráfego motorizado, mas o projeto pode incorporar calçadas e ciclovias conforme o detalhamento técnico for definido pelos órgãos responsáveis. A decisão final sobre espaço para pedestres e ciclistas estará no projeto executivo.

Prazo de execução de uma obra estaiada
Viadutos estaiados exigem meses ou até anos de execução, dependendo de fatores como complexidade das fundações, condicionantes ambientais, desapropriações e ritmo da licitação. A população deve se preparar para conviver com canteiro de obras e desvios por um período prolongado.

Iluminação especial e efeito visual noturno
Projetos de viaduto estaiado frequentemente preveem iluminação cênica em mastros e cabos, reforçando o papel de marco urbano. No caso da rotatória da Coca Cola, o tipo de iluminação e os detalhes do sistema serão definidos no projeto final, junto com as demais soluções de paisagismo e segurança.

Destino da rotatória atual
A geometria da rotatória da Coca Cola deverá ser modificada para se adaptar ao novo viaduto estaiado. Parte da estrutura existente pode ser redesenhada ou substituída por cruzamentos em diferentes níveis, conforme a solução escolhida pela equipe de engenharia no projeto completo.

Diante de um investimento desse porte e da promessa de transformar um dos cruzamentos mais problemáticos da cidade, você acredita que o viaduto estaiado na rotatória da Coca Cola realmente vai resolver os congestionamentos históricos de Campo Grande ou o trânsito só vai melhorar se vier acompanhado de mudanças no transporte coletivo e na fiscalização das vias?

Fonte:clickpetroleoegas

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