Tecnologia reduz impacto ambiental e pode impulsionar produção de tilápia em MS

O sistema de bioflocos, tecnologia que reaproveita nutrientes e reduz drasticamente o uso de água na piscicultura, pode ser alternativa sustentável para a expansão da produção de tilápia em Mato Grosso do Sul. Estudos conduzidos pela Embrapa demonstraram que é possível utilizar apenas 135 litros de água para produzir um quilo do peixe, número muito abaixo do modelo tradicional.

Nos experimentos, os pesquisadores conseguiram reter até 46% do fósforo e 45% do nitrogênio presentes na ração dentro do próprio sistema, evitando que esses compostos passem para o meio ambiente como efluentes que geram risco de poluição e eutrofização de rios e lagoas.

O modelo, conhecido como BFT (Biofloc Technology), cria uma comunidade de microrganismos — as chamadas partículas de bioflocos — que consomem os resíduos e se transformam em alimento extra para os peixes. Além de reduzir o desperdício, isso diminui a necessidade de renovação constante da água.

A Embrapa destaca que a tecnologia pode trazer ganhos econômicos, principalmente em regiões onde a água se torna recurso cada vez mais disputado. Com sistemas mais fechados e controle maior do ambiente, a produção pode se aproximar de centros urbanos sem riscos de contaminação de cursos d’água.

Para o produtor, o investimento inicial é maior, já que são necessárias estruturas com boa aeração e monitoramento constante da qualidade da água. Mas as pesquisas apontam para redução de custos no longo prazo, pela economia em água e pela valorização ambiental do produto.

Mato Grosso do Sul tem se destacado no cenário nacional da tilapicultura e pode se beneficiar da adoção de tecnologias de menor impacto. “Com água mais escassa, sustentabilidade deve ser prioridade”, reforça a equipe da Embrapa.

O próximo passo é ampliar parcerias com produtores e adaptar o sistema às características locais, como clima e disponibilidade de energia, para tornar a inovação acessível à cadeia aquícola sul-matogrossense.

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