Prefeitura de Bonito suspende R$ 12,4 milhões em contratos com suspeita de fraude

O prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues (PL), suspendeu mais de R$ 12,4 milhões em contratos com suspeita de fraude, conforme publicação no Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) desta segunda-feira (13).

Então, o chefe do Executivo Municipal suspendeu quatro contratos — que somam R$ 12.450.060,52 — por três meses. Além disso, abriu um processo de apuração de responsabilidade em relação às empresas investigadas.

Em 7 de outubro de 2025, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), deflagrou a Operação Águas Turvas, contra uma organização criminosa que teria fraudado licitações que somam R$ 4.397.966,86.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão em Bonito, Campo Grande, Terenos e Curitiba (PR).

O contrato suspenso com maior valor é de um empresário ‘conhecido’ do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecop, Genilton da Silva Moreira, no valor de R$ 2.629.781,82. Assim, o empreiteiro ficou responsável por fazer um sistema de abastecimento de água em área rural, além de pavimentar estradas rurais.

Antes da Operação Águas Turvas, Genilton acabou preso na Operação Spotless, que investiga fraude em licitações da Prefeitura de Terenos. Quatro dias após conseguir a liberdade, o empresário foi alvo da ação que mirou o Executivo de Bonito.

Confira os contratos e as empresas:

EmpresaObjetivoValor
Ricardo Sobreira Gomes MEServiços de manutenção na rede de iluminação públicaR$ 190.728,00
Magida Hazine (Pessoa Física)Locação de imóvel para a Secretaria de Obras e InfraestruturaR$ 90.000,00
Genilton da Silva MoreiraExecução do Sistema de abastecimento de água em área rural e pavimentação em estradas ruraisR$ 2.629.781,82
INFRA+ S/AServiços de restauração de pavimento asfáltico com drenagem e urbanizaçãoR$ 9.539.550,70

Secretário e diretora de Bonito presos

A Prefeitura de Bonito exonerou o secretário de Administração e Finanças, Edilberto Cruz Gonçalves, Beto da Pax, e a diretora de licitações, Luciane Cintia Pazette — presos na operação Águas Turvas, contra fraudes em certames públicos do Município.

Além deles, foram alvos de mandados de prisão os empresários Carlos Henrique Sanches Corrêa e Genilton da Silva Moreira. Já Luis Fernando Xavier Duarte, funcionário de imobiliária, foi preso em flagrante pela posse de arma de fogo e solto após pagar fiança de R$ 2 mil.

No lugar de Edilberto, o prefeito nomeou o assessor Especial de Gabinete Elcio da Silva Casanova. A investigação do Gecoc identificou um grupo que atuava fraudando constantemente licitações de obras e serviços de engenharia em Bonito, desde 2021. São vários certames fraudados, simulando concorrência e prevendo exigências para favorecer as empresas investigadas.

Fraude de R$ 4,3 milhões em licitações

Servidores públicos integram o esquema, em que repassavam informações privilegiadas a empresários e organizavam a fraude licitatória para ajudar as empreiteiras a vencerem. Em troca, recebiam vantagens indevidas.

Os investigados são suspeitos dos crimes de organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, entre outros.

“Águas Turvas”, termo que dá nome à operação, faz alusão a algo que perdeu a transparência ou limpidez, e contrasta com a imagem de Bonito, reconhecido por suas belezas naturais e águas cristalinas, as quais, contudo, vêm sendo maculadas pela atuação ilícita dos investigados.

Fonte: Midiamax

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