
Uma festa em que a sanfona assume o lugar de estrela principal. Essa é a proposta do Sanfona Amiga – 1° Encontro de Sanfoneiros. O evento será realizado neste fim de semana – na sexta-feira e no sábado –, na Praça das Américas, em Rio Verde.
O novo festival é promovido pelo Instituto Imolé, em parceria com a prefeitura de Rio Verde, o Ministério da Cultura (Minc) do governo federal, a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), o deputado federal Vander Loubet e o Circuito Cultural Guarani.
O Sanfona Amiga – 1º Encontro de Sanfoneiros entra em cena, justamente, para valorizar a cultura da sanfona. Muito popular no Nordeste brasileiro, o instrumento também é considerado uma unanimidade no vasto território fronteiriço guaranítico, transpassando Brasil, Paraguai e Argentina.
A programação vai contar com 10 atrações musicais. Dois dos sanfoneiros mais populares de Mato Grosso do Sul estarão presentes: o pioneiro Maciel Corrêa e o baileiro Marlon Maciel, que vai se apresentar com o Grupo Trem Pantaneiro. Eles serão os responsáveis por encerrar a programação, respectivamente, na sexta-feira e no sábado.
Também estará presente um dos nomes de maior prestígio do instrumento e que também é sul-mato-grossense: o aquidauanense Marcelus Anderson. Ele estará formando duo com o violonista Júlio Borba e também vai se apresentar ao lado da filha, a violonista Marcela Mar, especialmente convidada para a apresentação da dupla, às 19h50min de sábado.
“Esse show é uma parceria nova que estou fazendo com o Marcelus Anderson, que é um nome muito importante do acordeon, reconhecido nacionalmente e que traz a nossa herança sul-mato-grossense junto com a herança do Dino Rocha [1951-2019] e muitos outros. Ele vem dessa linha e representa uma coisa muito importante para um evento como o Sanfona Amiga”, destaca Julio Borba, que se apresenta no festival com seu violão de sete cordas.
“É uma pesquisa de 10 anos e 3 álbuns dedicados a esse instrumento”, diz o músico, que vai além dos ritmos regionais de Mato Grosso do Sul no escopo de seu repertório.
“O chamamé e a polca paraguaia, típicos da região fronteiriça, a gente ouve desde criança. Mas outros estilos, como o chorinho e o baião, também têm uma presença em nosso território, com a arte de nomes como Pixinguinha [1897-1973] e Dominguinhos [1941-2013]”, afirma o instrumentista.
“E essa é a riqueza que a sanfona brasileira tem: a diversidade. Por isso, vamos enveredar um pouco por outros estilos”, aposta Julio, anunciando que, durante a sua participação como convidada, a cantora Marcela Mar, além de assumir o microfone, também estará empunhando um violão de sete cordas.
CIRCUITO GUARANI
Além de dar destaque para músicos de Mato Grosso do Sul, o Sanfona Amiga também pretende reforçar a integração com músicos sul-americanos da região guaranítica. E para isso, com o apoio do Circuito Cultural Guarani, o festival traz dois convidados que são revelações do acordeon em seus países: o paraguaio Alejandro Favian e o argentino Sebastián Flores.
Favian é da cidade de Concepción e trará com sua banda o melhor da polca e da música paraguaia. Já Sebastián Flores é natural de Resistência, capital do Chaco, na Argentina, e, atualmente com apenas 17 anos, é considerado uma revelação do chamamé. Ele é filho do saudoso e lendário Nini Flores e virá acompanhado do cantor, compositor e violonista Coquí Ortiz, um dos nomes mais importantes da música produzida no nordeste da Argentina.
PRATA DA CASA
Outro destaque da programação é o Terra Seca. Fundado em 1998, o quarteto douradense será o representante no festival de uma das escolas mais tradicionais da sanfona brasileira: o forró pé de serra. Fechando o casting de artistas estão os sanfoneiros da cidade de Rio Verde: Kaike Souza, Catarino, Adrian Sanfoneiro e Aderaldino Carmo. Para apresentar os dois dias do evento está escalada a dupla Tostão e Guarany.
EXPOSIÇÃO E CANJA
O público ainda vai encontrar, na Praça das Américas, vários estandes com atrações como a exposição de discos do pesquisador musical Carlos Luz, que reunirá LPs de acordeonistas de Mato Grosso do Sul. Haverá também um espaço para o Circuito Cultural Guarani, associação de produtores independentes da região guaranítica, para a produtora paraguaia G5Pró/G5Conexiones, que vai apresentar o projeto #Respirarte.
A iniciativa envolve arte e meio ambiente, cultura e sustentabilidade e conta com o apoio oficial da Organização das Nações Unidas (ONU). O festival ainda vai dedicar um espaço para o público mostrar seu talento na sanfona ou mesmo arriscar as primeiras notas, pois haverá uma sanfona à disposição para uma “canja” dos que estão na fase de primeiro contato ou para quem já tem intimidade com o instrumento.
Serviço – Sanfona Amiga – 1° Encontro de Sanfoneiros
Praça das Américas, Rio Verde, sexta-feira (9) e sábado (10).
Acesso gratuito.
Programação
Sexta-feira
18h – Kaike Souza (Rio Verde);
18h40min – Catarino (Rio Verde);
19h20min – Abertura oficial;
19h50min – Julio Borba e Marcelus Anderson, participação de Marcela Mar (Campo Grande);
20h50min – Sebastián Flores e Coquí Ortiz (Resistência, Argentina);
22h – Marlon Maciel e Grupo Trem Pantaneiro (Campo Grande).
Sábado
18h30min – Adrian Sanfoneiro (Rio Verde);
19h20min – Aderaldino Carmo (Rio Verde);
20h – Terra Seca (Dourados);
21h20min – Alejandro Favian (Concepción, Paraguai);
22h30min – Maciel Corrêa e Grupo (Campo Grande).
Fonte:Correiodoestado