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Dia Mundial da Água: Irrigação contribui para a preservação dos recursos hídricos de Mato Grosso do Sul

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De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), Mato Grosso do Sul possui um grande potencial hídrico, com uma vasta rede de rios e nascentes. O Estado está situado em uma região com importantes bacias hidrográficas, como a do Paraná, Doce, Xingu e Pantanal.

A água é essencial para o agronegócio, especialmente para a agricultura. A soja e o milho possuem uma dependência da água, principalmente nos primeiros estágios de desenvolvimento.

“Sem água não há produção de alimentos. Além disso, o regime de chuvas influencia diretamente o planejamento do produtor, determinando o híbrido a ser utilizado e se o posicionamento será com uma cultivar de ciclo longo, médio ou precoce. A disponibilidade de água também impacta a decisão sobre a próxima safra”, avalia o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta.

Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul vivenciam a terceira safra consecutiva com perdas nas lavouras devido ao estresse hídrico. De acordo com dados do projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS, metade das lavouras da safra de soja 2024/2025 foi impactada pelo estresse hídrico, o que representa mais de 2,2 milhões de hectares que sofreram com a estiagem.

“As lavouras mais atingidas foram aquelas implantadas entre setembro e meados de outubro de 2024. Entre dezembro e janeiro, houve uma redução drástica nas precipitações, especialmente em janeiro, um mês crucial para a cultura da soja no estado, pois geralmente concentra o período de enchimento de grãos. Nesta safra, até 31 de janeiro, 57% das lavouras estavam na fase de enchimento de grãos”.

A irrigação tem contribuído para minimizar os impactos da falta de chuva nas lavouras de Mato Grosso do Sul, aliando o aumento da produtividade à preservação ambiental.

“Os sistemas de irrigação contribuem para o uso sustentável da água disponível. A irrigação não é apenas uma alternativa para o aumento da produtividade no campo, mas também contribui para a preservação deste recurso essencial para todos nós. No agro, utilizamos a água com responsabilidade e respeito, para alimentar o futuro de todos nós”, pontua o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc.

Com a irrigação, o agricultor depende menos de fontes de água superficiais, como rios e lagos. É o caso do diretor da Aprosoja/MS, produtor rural na região sul do Estado, Lucio Damália.

“Nós estamos no que nós chamamos de zona de transição climática, e nós estamos tendo muitos veranicos prolongados ultimamente, com essas mudanças climáticas que incomodam todo mundo. Eu já fiquei 84 dias sem chuva, ou seja, isso é fatal para qualquer cultura. E quando você tem a opção de entrar  na irrigação, você não resolve 100% dos problemas, mas você consegue manter a sua média  de produtividade. Eu optei por irrigação subterrânea, que é um sistema que permite irrigar 100% da área, permite fertirrigação, principalmente com ureia, e você consegue parcelar a sua irrigação”.

Ainda de acordo com a ANA, a irrigação no Brasil possui alto potencial de expansão. Além disso, o país apresenta importantes vantagens ambientais, como a conservação de áreas de vegetação nativa nas propriedades rurais, por meio das reservas legais, um importante ativo para o clima e para a preservação da biodiversidade.

“O produtor tem se empenhado bastante, não apenas na produção, mas também na conscientização de que a preservação dos recursos naturais é fundamental para a eficiência no cultivo. A proteção das nascentes é um exemplo crucial, pois contribui para a manutenção da biodiversidade, garantindo a sobrevivência de diversas espécies de fauna e flora. Além disso, a água de qualidade é essencial para a saúde humana e animal, e a preservação das nascentes desempenha um papel vital na prevenção da contaminação dos recursos hídricos”, avalia Gabriel.

Confirmando os dados da Agência Nacional de Águas, um compilado de dados da  Semadesc aponta o grande potencial para a agricultura irrigada em Mato Grosso do Sul, graças à abundante oferta de recursos hídricos, devido às grandes reservas de água doce superficial e expressivas reservas de água subterrânea.

Com o objetivo de  aumentar em 40% a área equipada para irrigação no estado até 2030, o Governo de MS lançou o Programa Estadual de Irrigação, em 2024.  “Quando pensamos em irrigação, pensamos em outras culturas em diversificação. A irrigação traz este potencial para fazer estas mudanças e introduzir novas culturas”, apontou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, há época do lançamento do Programa Estadual de Irrigação.

Mato Grosso do Sul tem mais de  320 mil hectares de agricultura irrigada, com aumento de 63% entre 2015 e 2024. Somente com pivôs centrais são 84 mil hectares, 902 pivôs,  em 53 municípios, irrigando principalmente soja, milho e pastagens.

“A irrigação na agricultura é uma aliada essencial para os produtores de soja e milho em Mato Grosso do Sul. Além de possibilitar até o terceiro cultivo na mesma área, ela é fundamental para a segurança alimentar. Muitos países se destacam na agricultura justamente por promoverem o uso da irrigação. Regiões que antes eram inabitáveis hoje prosperam graças a essa tecnologia’,diz Gabriel.

“Aqui no MS nós temos muita água, e podemos nos beneficiar desse sistema de irrigação, mas sempre usar com cautela e sempre procurando preservar, fazer  terraçeamento, porque nós temos que preservar a água que nós usamos. E a água, embora nós tenhamos abundância,temos o dever de  manter o mais pura possível e preservar”, finaliza Lucio Damália.

Fonte: Aprosoja/MS – Por: Crislaine Oliveira * com informações da Semadesc – Foto: Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil

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