Pela sexta vez no ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou o boletim semanal do andamento da dengue e Mato Grosso do Sul manteve o número de apenas uma morte pela doença em 2025, acontecido há quase um mês, em Inocência.
Segundo a atualização, dois óbitos seguem sob investigação. Até o momento, neste ano, o estado registrou 673 casos confirmados de dengue, além de 1.953 casos prováveis.
Dentre os casos confirmados, 23,63% (159) aconteceu em Selvíria, o segundo município com a maior taxa de incidência nos últimos 14 dias, atrás apenas de Jateí, cidade com 10 casos confirmados até aqui.
Em Campo Grande, mesmo com número bem maior em termos populacionais, apenas 32 casos foram confirmados no ano. Recentemente, no dia 13 de janeiro, a vacinação contra a dengue na capital sul-mato-grossense foi ampliada para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, mas durou apenas uma semana.
Porém, durante esta programação especial, no dia 16 de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) divulgou mais uma ampliação no público-alvo da vacina da dengue, desta vez para pessoas de 4 a 59 anos.
E, pelo jeito, a novidade foi bem recebida pelo público, já que os imunizantes esgotaram em 17 unidades de saúde campo-grandenses. Além disso, pelo baixo número de casos confirmados, a vacina trouxe mais alívio acerca da doença no município.
Teste rápido
A Secretaria de Estado de Saúde iniciou na última quarta-feira (12) a distribuição de testes rápidos para diagnóstico de dengue aos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
Neste primeiro momento, o Ministério da Saúde enviou ao estado o total de 41.775 unidades do teste NS1, sendo que 36.000 unidades já foram encaminhadas aos municípios, enquanto 5.775 permanecem em estoque para emergências.
A distribuição dos testes foi feita com base em critérios epidemiológicos, como a quantidade de casos notificados de dengue, o envio de amostras ao Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS), o Levantamento de Índices do Aedes aegypti ( LIRAa/LIA) e a população de cada município.
Registro do Tipo 3
Casos de dengue sorotipo 3 (DENV-3) foram registrados em 15 municípios de Mato Grosso do Sul, e acenderam alerta nas autoridades de saúde, já que em muitas localidades tal variante não era registrada há décadas.
Em Campo Grande, por exemplo, o último registro de circulação da DENV-3 havia ocorrido em 2007. Isso significa que grande parte da população, especialmente os mais jovens, nunca teve contato com este vírus.
DENGUE; SINTOMAS
- Febre alta > 38°;
- Dor no corpo e articulações;
- Dor atrás dos olhos;
- Mal estar;
- Falta de apetite;
- Dor de cabeça;
- Manchas vermelhas no corpo
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática, apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade.
Normalmente, a primeira manifestação da doença é a febre alta, superior a 38º, de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele.
Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito.
A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
SINAIS DE ALARME
Os sinais de alarme são caracterizados principalmente por:
- Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- Hipotensão postural e/ou lipotímia;
- Letargia e/ou irritabilidade;
- Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal;
- Sangramento de mucosa;
- Aumento progressivo do hematócrito.
A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase. A maioria deles é resultante do aumento da permeabilidade capilar. Essa condição marca o início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para o choque, por extravasamento plasmático. Sem a identificação e o correto manejo nessa fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves.
Os casos graves de dengue são caracterizados por sangramento, disfunções de órgãos ou extravasamento de plasma. O choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido pelo extravasamento, habitualmente entre o 4º e o 5º dia no intervalo de 3 a 7 dias de doença , sendo geralmente precedido por sinais de alarme.
Mulheres grávidas, crianças e pessoas mais velhas (acima de 60 anos) têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.
Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.
Busque ajuda!
Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
TRANSMISSÃO
O vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido ao homem principalmente por via vetorial, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas, no ciclo urbano humano-vetor-humano. Os relatos de transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e transfusional são raros.
PREVENÇÃO
Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti. Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia.
Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual:
- Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas;
- Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo. Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. Repelentes de insetos contendo DEET, IR3535 ou Icaridina são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia;
- A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.
TRATAMENTO
O tratamento para infecção pelo vírus dengue é baseado principalmente na reposição volêmica adequada, levando-se em consideração o estadiamento da doença (grupos A, B, C e D) segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, assim como no reconhecimento precoce dos sinais de alarme. Para os casos leves com quadro sintomático recomenda-se:
- Repouso relativo, enquanto durar a febre;
- Estímulo à ingestão de líquidos;
- Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
- Não administração de ácido acetilsalicílico;
Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.
Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença requerem internação para o manejo clínico adequado. Ainda não existe tratamento específico para a doença.
A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 dias.
É importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença, principalmente aqueles que demonstram agravamento do quadro, e procurar assistência na unidade de saúde mais próxima.
O indivíduo pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque pode ser infectado com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez exposto a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, o indivíduo passa a ter imunidade para aquele sorotipo específico, ficando ainda susceptível aos demais.
Fonte:correiodoestado