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O perigo invisível dos rios, córregos e piscinas durante o período de férias e feriados

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Durante o período de férias escolares, a atenção dos pais e responsáveis deve ser redobrada aos filhos, especialmente em atividades aquáticas. A Lei Federal 8069 de 1990, no artigo 75, estabelece que toda criança e adolescente em ambientes como piscinas, rios, lagos e cachoeiras deve estar acompanhada por um responsável. A responsabilidade de garantir a segurança desses menores não é exclusiva dos pais, mas de qualquer pessoa que atue como monitor, conforme o artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determina ser “dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente”.

Em sintonia com o ECA, o Decreto 6.141 de 2007, que regulamenta os serviços de assistência a banhos, reforça a necessidade de um responsável técnico capacitado nas atividades aquáticas envolvendo crianças e adolescentes. A supervisão constante é fundamental para a proteção integral e segurança dos menores, principalmente em passeios e momentos de lazer fora de casa.

Incidentes trágicos, como o recente afogamento de um adolescente de 13 anos no rio Aquidauana, em Sidrolândia (MS), destacam a importância de uma vigilância constante em atividades aquáticas. O jovem, que inicialmente informou à mãe que iria jogar futebol, mudou de planos e foi com amigos para um córrego, onde a correnteza invisível o arrastou. Apesar dos esforços de um dos amigos para resgatar o grupo, apenas os outros dois adolescentes conseguiram ser salvos.

Ao ser acionada, a equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar, composta pelo mergulhador de resgate Cabo Deyvid e dois auxiliares Cabo Deliano e o Soldado Vinícius, iniciou a busca imediatamente e, após 45 minutos, localizou o adolescente, infelizmente sem vida.

Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA) apontam que, em 2024, o Brasil registrou uma média de duas mortes diárias por afogamento, enquanto o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul atendeu 66 ocorrências de afogamento no Estado, com a maioria das vítimas (73,5%) sendo do sexo masculino.

A situação é ainda mais crítica em rios, córregos e lagos, que muitas vezes aparentam ser tranquilos, mas escondem perigos como correntezas fortes, que podem arrastar até mesmo nadadores experientes. O caso de um jovem de 19 anos, que se afogou no rio Aquidauana, em Rochedo (MS), é um exemplo claro de como a falsa sensação de segurança pode resultar em tragédias. O jovem, que não sabia nadar, subestimou as condições do local e ignorou sinais de risco, o que culminou em sua morte.

A equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, composta pelos Sargentos Franklin e Michel e o Cabo Pedro, iniciou a busca no último dia do ano (31), e o corpo do jovem foi encontrado no dia seguinte (1).

Muitas vezes, os jovens não percebem o perigo ao adentrar em rios, córregos e lagos, acreditando que conhecem o local ou se sentem seguros porque seus amigos nunca tiveram problemas. Contudo, esse risco, muitas vezes invisível, pode ser fatal. A seguir, confira as dicas de segurança em ambiente aquático do especialista em mergulho, Sargento Franklin:

Em busca de mais informações sobre como evitar acidentes aquáticos, o Corpo de Bombeiros disponibiliza a Norma Técnica nº 44 (NT-44), que contém orientações detalhadas sobre segurança e prevenção.

Além disso, ressalta-se que os finais de semana e feriados são os períodos com maior número de acidentes por afogamento, especialmente entre os jovens, que muitas vezes subestimam os riscos. De acordo com a SOBRASA, 40% das mortes por afogamento ocorrem antes dos 29 anos. Por isso, a conscientização sobre os perigos das atividades aquáticas deve ser intensificada, especialmente entre aqueles que frequentam rios e córregos, locais que, por parecerem inofensivos, podem ser fatais.

A prevenção é a chave para evitar tragédias. A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático orienta que os jovens, adolescentes e crianças busquem locais seguros para banhos, com supervisão constante. Quando possível, garanta que a criança ou o adolescente esteja sendo monitorado por um profissional capacitado, para que, em casos de emergências como desmaios ou afogamentos, o socorro seja imediato.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças menores de 5 anos estão mais propensas a se afogar, principalmente devido ao seu desenvolvimento físico, que as torna mais suscetíveis a perder o equilíbrio na água. Recentemente, em Caarapó (MS), um menino de 3 anos se afogou em uma caixa d’água, com menos de um metro de profundidade, enquanto brincava sozinho no quintal de sua casa. Apesar dos esforços para reanimá-lo, a criança não resistiu. Infelizmente, esse não foi o único incidente.

Em Bonito, uma criança de 6 anos também faleceu após um afogamento em um balneário, apesar da tentativa de 1h30 de reanimação do Corpo de Bombeiros Militar. É fundamental que todos, pais, responsáveis e a sociedade em geral, reforcem a importância da supervisão constante e do cumprimento das normas de segurança em atividades aquáticas, especialmente no período de férias. A conscientização e a vigilância podem salvar vidas e evitar tragédias como as que ocorreram nos últimos dias em nosso estado.

O risco de afogamento não se limita a ambientes públicos, mas rurais. Como o caso do afogamento de um senhor de 58 anos que saiu para pescar e desapareceu no rio Taquari na região de Pedro Gomes (Coxim –MS). A esposa do senhor ao notar a ausência e pertences deixados pelo marido acionou o 193. O Corpo de Bombeiros Militar encaminhou a equipe de mergulhadores, o Soldado José Lauro e Soldado Raul conseguiram encontrar a vítima a 35 quilômetros do local da pesca, no entanto sem vida.

Em vista dos afogamentos, o especialista em mergulho Soldado José Lauro dá algumas orientações aos banhistas e pais para evitarem incidentes:

As trágicas ocorrências recentes ressaltam a urgência de reforçar as medidas de segurança em atividades aquáticas, especialmente durante férias e feriados. A vigilância constante de pais, responsáveis e profissionais capacitados é essencial para prevenir acidentes e garantir a integridade física de crianças, adolescentes e adultos.

É fundamental que grupos de jovens busquem sempre locais seguros, preferencialmente com a presença de salva-vidas. Além disso, jamais adentrem ambientes aquáticos que não possuam sinalização adequada ou um profissional qualificado para monitorar as atividades, garantindo a segurança de todos.

O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, assim como diversas instituições de segurança, reafirma que a prevenção é a chave para evitar perdas irreparáveis. Com a conscientização e o cumprimento das normas de segurança, é possível transformar os momentos de lazer em experiências seguras e agradáveis para todos. Por isso, é fundamental que todos, de maneira consciente, coloquem a segurança em primeiro lugar para preservar vidas.

O CBMMS reforça a importância da segurança em ambientes aquáticos. A prevenção é a melhor forma de evitar incidentes e garantir que a diversão e o lazer sejam seguros para todos.

 

Fonte:Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul

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