Artistas participantes: Ágatha Scaff, Ana Julia da Silva Oliveira, Chrstopher Santos Ferreira, Elian Carlos, Gabiru Correa, Istive Terena, Kamylla Moraes, Kelle Almeida e Coletivo de Mulheres, Letícia Maidana, Mayara Rocha, Emilly Coutinho e Karla Braud, Paola Cristina, Rafaela Lazzari, Venise Melo e Coletiva Terra Femini.
Desde o ano de 2018 a MADi – Mostra de Arte Digital vem sendo um espaço que visa estimular produções e promover a arte inserida nas tecnologias eletrônico-digitais. Nesta edição especial, a proposta é estabelecer pontes com a 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, e para essa travessia foram selecionados trabalhos de artistas pesquisadores e integrantes do Grupo de Pesquisa Arte, Tecnologia e Sociedade (CNPq/UFMS) e também de alunos e alunas do Curso de Artes Visuais Bacharelado da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação da UFMS.
As obras em exibição intentam provocar reflexões sobre o papel da arte como mediação social: as proposições inseridas nas linguagens da fotoperformance e glitch arte coladas diretamente sobre as paredes feito ambe-lambes, se referem às ocupações dos centros urbanos como importantes locais de protestos e denúncias; visando à produção de novas percepções às produções fílmicas, a realidade aumentada se apresenta em camadas expandidas, para além do suporte fixo; as videoperformances, exibidas em telas ou projetadas em finos tecidos e transparentes, jogam com a imaterialidade e virtualidade da imagem-luz-movimento com os corpos-manifestos; e ainda na composição do espaço da instalação conceitual, as bonecas Marias trazem em linhas suspensas as vozes, difíceis e verdadeiras, de um coletivo de mulheres.
Segundo a curadora, Venise Melo, a estrutura, que dá sustentação às argumentações dessas poéticas visuais, parte do conceito de mediação proferido pelo pesquisador dos Estudos Culturais, Raymond Williams (1979), como um fenômeno localizado nos aspectos dialógicos entre a sociedade e os sujeitos. “Nestas condições, a arte é a mediação da própria realidade, é tanto produto quanto produtora de sociedade. Logo, artistas são sujeitos-agentes que interferem diretamente sobre o tecido social”.
A partir desse entendimento, por meio de objetos, da escrita fotográfica e da produção audiovisual, para as artistas e os artistas participantes, há o interesse na valorização das experiências e das vivências do cotidiano, do lugar onde fundem-se a arte e a vida. “Nas obras expostas, os corpos e os dispositivos tecnológicos se somam, como um processo em constante construção de alteridades. Na potência de cada narrativa, corpo e máquina fazem emergir os apelos subjetivos e também os manifestos contra as opressões impostas às marcações e violências produzidas pela sociedade patriarcal, colonial e capitalista”.
A exposição fica em cartaz até esta sexta-feira (29), às 21 horas. O Museu da Imagem e do Som (MIS-MS) fica no terceiro andar do Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho, situado na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, Centro. Mais informações pelo telefone (67) 3316-9178.
Fonte: Comunicação Setesc Fotos: Ricardo Gomes