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Corte de gastos: veja todas as medidas anunciadas pelo governo no pacote

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O pacote de corte de gastos anunciado pelo governo e que está sendo detalhado nesta quinta-feira, 28, traz mudanças em temas como salário mínimo, BPC, abono salarial, emendas parlamentares e previdência dos militares. Veja abaixo todas as medidas que estão sendo propostas – que não incluem os projetos sobre Imposto de Renda, consideradas pela equipe econômica como uma discussão à parte:

Reajuste do salário mínimo

Justificativa do governo

“Garantir ganhos reais ao salário mínimo de forma consistente com o orçamento da União. Hoje, muito das despesas primárias da União são indexadas ao salário-mínimo. Nossa proposta garante que o aumento real do salário-mínimo seja sustentável dentro do orçamento da União.”

 Como é hoje: Regra atual: Crescimento pela inflação do ano passado + crescimento real igual ao PIB de 2 anos anteriores

Como fica: Regra proposta: Mantém regra de crescimento real pelo PIB, mas a variação real estará nos limites do arcabouço fiscal

Abono Salarial

Justificativa do governo

Como é hoje: Regra atual: trabalhador que recebe até 2 salários mínimos tem direito ao benefício

Como fica: Regra proposta: fixar a renda para acessar o benefício em R$ 2.640,00 e corrigido pelo INPC até chegar a 1,5 salário mínimo (o que seria atingido em 2035)

Benefício de Prestação Continuada (BPC)

Justificativa do governo

“O BPC tem como alvo pessoas com deficiência de baixa renda e idosos em situação de vulnerabilidade que não tiveram capacidade contributiva ao longo da vida laboral. Estamos aperfeiçoando os mecanismos de controle para endereçar os principais problemas Identificados.”

Medidas propostas:

Sequestro da agenda do pacote fiscal por isenção do IR foi um tiro no pé, diz Salto
  • Focalizar em pessoas incapacitada para a vida independente e para o trabalho
  • Vedação de dedução de renda não prevista em lei
  • Passam a contar para acesso: renda de cônjuge e companheiro não coabitante e renda de irmãos, filhos e enteados (não apenas solteiros) coabitantes
  • Atualização obrigatória para cadastros desatualizados há mais de 24 meses e para benefícios concedidos administrativamente sem Código Internacional de Doenças (CID)
  • Biometria será obrigatória para novos benefícios e atualizações cadastrais
  • Em uma mesma família, a renda de um benefício volta a contar para acesso a outro benefício

Bolsa Família

Justificativa do governo

“O Bolsa Família é um programa de transferência de renda com efetivo impacto na redução da pobreza e efeitos intergeracionais em capital humano, com condicionalidades de saúde e educação. Estamos reforçando a fiscalização para garantir que essa versão mais robusta do programa, inaugurada em 2023, efetivamente chegue em quem mais precisa.”

Medidas propostas

  • Restrição para municípios com percentual de famílias unipessoais acima do disposto em regulamento
  • Inscrição ou atualização de unipessoais deve ser feita em domicílio obrigatoriamente
  • Atualização obrigatória para cadastros desatualizados há 24 meses
  • Biometria obrigatória para inscrição e atualização cadastral
  • Concessionárias de serviços públicos deverão disponibilizar informações de seus bancos de dados para viabilizar cruzamento de informações

Equilíbrio fiscal e fim de iniquidades

Justificativa do governo

“Corrigir distorções existentes em benefícios no Poder Público em relação ao resto da sociedade.”

Supersalários

  • Remete à lei complementar a lista de exceções ao teto remuneratório nacional (vale para todos os poderes e todas as esferas)

Forças Armadas

  • Acaba com a morte fictícia
  • Fixa em 3,5% da remuneração a contribuição do militar para o Fundo de Saúde até janeiro de 2026
  • Extingue a transferência de pensão
  • Estabelece progressivamente idade mínima para reserva remunerada

Equilíbrio fiscal e emendas parlamentares

Justificativa

Emendas parlamentares (PLP 175)

  • Limita crescimento das emendas impositivas ao arcabouço fiscal
  • Restringe emendas nas despesas discricionárias do Poder Executivo
  • Veda crescimento real das emendas não impositivas, de modo que montante total das emendas crescerá sempre abaixo do arcabouço
  • Destina 50% dos valores de emendas de Comissão para o SUS, observados critérios e diretrizes técnicas
  • Bloqueia emendas proporcionalmente aos bloqueios do Poder Executivo, limitado a 15% do total das emendas (R$ 7,5 bi em 2025)

Demais medidas

Novos gatilhos fiscais

“As medidas anteriores mostram nosso esforço para reforçar a nova regra fiscal ao alinhar o crescimento de despesas com os limites do arcabouço fiscal.

Ainda assim, reforçando nosso compromisso com o equilíbrio fiscal, introduziremos novos gatilhos no arcabouço caso ocorra déficit primário ou redução das despesas discricionárias.”

  • Benefícios tributários: se houver déficit primário de 2025 em diante, no exercício seguinte à apuração do déficit fica vedada a criação, majoração ou prorrogação de benefícios tributários
  • Pessoal: gatilho de reenquadramento vedará, a partir de 2027, aumento real acima de 0,6% se despesa discricionária se reduzir de um ano para o outro

Educação em tempo integral
Até 20% da complementação da União ao Fundeb poderá ser empregada em ações para criação e manutenção de matrículas em tempo integral na educação básica pública

Lei Aldir Blanc
Repasse anual de até R$ 3 bi aos entes continua, mas condicionado à execução dos recursos pelos entes no ano anterior

Concursos públicos
Faseamento de provimentos e concursos em 2025 (meta de pelo menos R$ 1 bilhão de economia)

Subsídios e subvenções
Autorização para ajuste orçamentário em cerca de $ 18 bilhões em subsídios e subvenções

Fundo Constitucional do Distrito Federal
Submete variação de recursos do Fundo ao IPCA

Desvinculação de Receitas da União (DRU)
Prorroga a DRU até 2032

Criação de despesa
Deve observar a variação da despesa anualizada limitada ao crescimento permitido pelo arcabouço

Dever de execução
Revoga dever de execução do orçamento

Imposto de Renda

Aumento da aumento da faixa de isenção do IR para até R$ 5 mil

Justificativa

Segundo o governo, o aumento da faixa de isenção do IR trará mais renda disponível aos trabalhadores, dando mais estabilidade ao crescimento do Brasil, e a combinação das alíquotas nas pessoa jurídica e física estará no patamar vigente na OCDE. Diz ainda que não haverá perda de arrecadação com a ampliação da isenção do IRPF: a compensação se dará pela inclusão dos mais ricos no imposto de renda, tornando a tributação no topo mais justa e melhorando a desigualdade social.

  • Fixação de alíquota efetiva mínima para os mais ricos: atualmente, para o 1% mais rico, a alíquota efetiva é de 4,2% e, para o 0,01% mais rico, a alíquota efetiva é 1,75%
  • Proposta de revisão da isenção de IR para faixas mais altas de renda dos aposentados por moléstia grave ou acidente
  • Ajuste sistêmico nas regras tributárias para garantir a coesão do sistema e evitar elisão e evasão fiscais

Fonte: Estadão

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