Em um novo estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters, um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) apresentou dados sobre observações de uma remanescente de supernova em processo de expansão.
Com os dados coletados pelo instrumento Keck Cosmic Web Imager (KCWI), do Observatório W. M. Keck, no Havaí, a equipe conseguiu mapear a expansão em uma animação 3D.
As informações indicam que, após a explosão da supernova, os restos começaram a formar filamentos que dão à remanescente a aparência de um dente-de-leão — até os autores apontam a semelhança.
O estudo da remanescente de supernova, chamada Pa 30, pode fornecer informações importantes sobre sua história e os eventos que a levaram a esse estágio. Não é à toa que o mapeamento em 3D é tão importante, pois permite que os cientistas observem o objeto cósmico com mais detalhes.
“Uma imagem padrão do remanescente da supernova seria como uma foto estática de uma exibição de fogos de artifício. O KCWI nos dá algo mais parecido com um ‘filme’, já que podemos medir o movimento das brasas da explosão conforme elas saem da explosão central”, disse o professor de física do Caltech e líder da equipe do KCWI, Christopher Martin.
Supernova com ‘cara’ de dente-de-leão
Atualmente, o entendimento científico é que Pa 30 pode ser o restante da supernova SN 1181, observada por astrônomos chineses em agosto de 1181. A remanescente em si foi descoberta pelo astrônomo amador Dana Patchick e, desde então, cientistas têm se dedicado a estudá-la para obter mais informações sobre a história de SN 1181.
Com base no estudo, os cientistas sugerem que a SN 1181 pode ter se originado de uma anã branca que explodiu após um processo termonuclear menos intenso do que o das supernovas comuns. Por ser uma explosão mais fraca, chamada de supernova do tipo Iax, seus restos formaram Pa 30 e deixaram-na com a bela aparência que podemos observar nas imagens.
Apesar de não existir uma confirmação exata da conexão entre Pa 30 e SN 1181, os cientistas afirmam que os dados sugerem essa ligação.
“Descobrimos que o material nos filamentos está se expandindo balisticamente. Isso significa que o material não foi desacelerado nem acelerado desde a explosão. A partir das velocidades medidas, olhando para trás no tempo, você pode apontar a explosão quase exatamente para o ano 1181”, disse o líder do artigo, Tim Cunningham.
Fonte:tcm