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Nova Estrada do 21 evidencia velhos problemas, animais continuam sendo atropelados

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A nova estrada que encurta a viagem de Campo Grande a Bonito, a MS-345, conhecida como Estrada do 21, evidenciou velhos problemas: o alto número de animais silvestres mortos por atropelamento às margens da rodovia.

Somente na tarde desta quarta-feira (16), o guia de turismo especializado em atrativos naturais, Andre Turatti, registrou um verdadeiro morticínio. Mesmo atendendo a um grupo de turistas, André parou em vários pontos da rodovia que liga Aquidauana a Bonito para fotografar os animais mortos.

“São cenas super impactantes. Hoje, por coincidência, eu estava com uma alta funcionária do departamento de meio ambiente dos Estados Unidos que trabalha na embaixada em Brasília. Todos ficaram impressionados”.

Ao todo o guia viu cinco antas, uma capivara, três lobinhos, um teiú, um macaco-prego e dois tamanduás. “É uma estrada que não tem estrutura, não tem área de escape. É preciso cuidar poque além de estar matando nossa fauna, estamos perdendo dinheiro porque os turistas vêm aqui para ver estes animais”, conclui André.

Macaco-prego em avançado estado de decomposição na MS-345, conhecida como Estrada do 21 (Foto: Andre Turatti)                            Tamanduá morto atropelado na MS-345, conhecida como Estrada do 21 (Foto: Andre Turatti)
Macaco-prego e tamanduá bandeira em avançado estado de decomposição na MS-345

Medidas do poder público – Para mitigar as mortes no trânsito e a questão ambiental, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul) desenvolveu o programa “Estrada Viva – a fauna pede passagem”, um programa permanente de monitoramento e ações de redução de atropelamento de animais silvestres nas rodovias estaduais do MS.

O programa  monitora os atropelamentos ocorridos nas rodovias estaduais, identifica os principais pontos de passagem dos animais para propor medidas preventivas e de mitigação dos incidentes.

Polícia Militar Ambiental – Autoridade de fiscalização ambiental, a PMA (Polícia Militar Ambeintal) acaba desempenhando um papel posterior na questão dos atropelamentos. A Lei 9605/98 estabelece que matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre é considerado crime ambiental, o que significa que a PMA atua em qualquer situação prejudicial aos animais silvestres. Isso inclui atropelamentos, mas só onde o condutor pode ser punido se o atropelamento for intencional.

“No caso do atropelamento não intencional, se o animal estiver vivo após o atropelamento, a população pode acionar a unidade mais próxima da PMA ou outra autoridade ambiental para fazer o resgate. Se o animal vir a óbito, é recomendável que, se possível e seguro, o condutor remova o animal da pista ou informe o órgão competente mais próximo”, como explica a tenente, Eveny Crisitiane Lino Parrela.

Carcaça de tatu morto na MS-345, conhecida como Estrada do 21 (Foto: Andre Turatti)  Carcaça de tatu morto na MS-345, conhecida como Estrada do 21

Orientações – Segundo Eveny, exisitem algumas dicas para evitar atropelamentos de animais em rodovias. Umas delas é manter a velocidade permitida na via. “Durante o amanhecer ou o final da tarde, quando os animais estão mais ativos. Observe a sinalização da estrada, especialmente aquelas que indicam a presença de animais silvestres na região. Ao se aproximar de cursos d’água, áreas de reserva, matas ou lavouras, reduza a velocidade, pois são locais onde os animais buscam água ou alimento”.

Se você avistar um animal silvestre atropelado na pista, entre em contato com a Polícia Militar Ambiental (PMA) mais próxima.

Anta morta às margens da MS-345, conhecida como Estrada do 21 (Foto: Andre Turatti)  Anta morta às margens da MS-345, conhecida como Estrada do 21

Rota turística – A rota encurta em 40 quilômetros o trajeto entre Campo Grande e Bonito, na comparação com o caminho mais utilizado hoje em dia, pela BR-060. A redução de tempo e quilometragem até a Capital favorece a captação de eventos, festivais e congressos sediados em Bonito.

Além de diminuir as distâncias, a Estrada do 21 cria uma conexão direta com o Pantanal, promovendo o trânsito de turistas entre dois dos maiores atrativos do Estado.  O trecho também deve impulsar a economia do Distrito de Águas do Miranda, distante 170 quilômetros de Campo Grande, que tem a pesca como uma das principais atividades.

Fonte: CGN                   Fotos: André Turatti

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