O cancelamento do festival, criado para discutir a América do Sul – a integração e a sustentabilidade entre os países, por meio de seminários, debates – e celebrar a latinidade, será um grande retrocesso para a cultura sul-mato-grossense e fronteiriça. Iniciado em 2004, o FAS foi um dos maiores festivais de integração latina. Chegou a receber 120 mil expectadores por ano, com mais de 240 atrações artísticas, e a presença de dez países do continente.
Ao longo dos anos, desfigurado e desprestigiado pelo Estado, não foi realizado em 2017. Depois de receber grandes pensadores para discutir a geopolítica latina e artistas internacionais, gradativamente foi se tornando um festival para cumprimento de calendário, sem a grandiosidade e respeito ao que foi proposto: tornar-se referência latino-americana na discussão e interação social, econômica e cultural dos povos.
Resta aguardar o pronunciamento da Fundação de Cultura, o que deve ocorrer pós pleito eleitoral, que será deflagado neste domingo, 6 de outubro. A questão política não deveria, mas interfere no desenlace do evento. O prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, embora ainda tucano (licenciado), decidiu enfrentar os caciques do PSDB e lançou seu ex-secretário Luiz Antônio Pardal à disputa da prefeitura pelo PP. A sobrevida do FAS (pasmem!) pode depender das urnas…
Fonte: Silvio de Andrade