Entre 1º de janeiro e 10 setembro, os índices mostram que os focos de queimadas mais que dobraram em Mato Grosso do Sul, no Distrito Federal e em outros dez Estados em comparação com o ano passado. Em MS, a alta é de 684%, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Além de MS e DF, os Estados que têm sofrido com as queimadas são Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins. A fumaça que cobre o país vem, principalmente, dessas regiões.
No pior agosto da série do Monitor do Fogo, do MapBiomas, lançado nesta quinta-feira (12), Corumbá, distante 428 quilômetros de Campo Grande, aparece como a cidade brasileira mais afetada. Segundo o levantamento, no último mês foram queimados 616.980 hectares. Na sequência estão as cidades de Félix do Xingu, no Pará, e Amajari, em Roraima, com 277.951 hectares e 250.949 hectares, respectivamente.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) reconheceu, nesta semana, que as queimadas no Pantanal, neste ano, podem repetir a tragédia ambiental vivenciada em 2020. Ele apontou que o calor intenso, a baixa umidade do ar e a existência de áreas de difícil acesso trabalham contra as ações de combate ao fogo.
O climatologista Carlos Nobre disse que está apavorado com o cenário climático e prevê o fim do bioma pantaneiro em cerca de 46 anos, antes mesmo da virada do século, em 2100, conforme comentou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
No início de setembro, a representante da pasta alertou que o bioma sobreviveria mais tempo se a situação mudasse imediatamente. Para Carlos, o fim de vários biomas está mais acelerado que o previsto. Ele lembrou que o Pantanal já perdeu 30% de área alagada nos últimos 30 anos e está secando. E agora o fogo destrói a vegetação.
Fonte:CGN