O projeto e execução contou com orientação do professor da UEMS, Elói Panachuki, juntamente com Roniedison Menezes, Karina Falcão, Helen Caroline e Tiago Helysson. As atividades ocorram em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC) e o Instituto Taquari Vivo.
Confira a entrevista do professor Elói Panachuki, especialista em Hidrologia e Manejo e Conservação do Solo e Água, ao site oficial da fazenda Estância Mimosa. Nesta oportunidade, ele responde a algumas questões a respeito dos benefícios, desafios e da integração dessa nova prática com as ações sustentáveis.
Quais são os principais benefícios da construção de terraços agrícolas na Estância Mimosa?
Os terraços agrícolas são estruturas que promovem o parcelamento dos comprimentos de rampa em áreas com declividade e que são utilizadas com atividades agropecuárias. Os terraços que estão sendo construídos têm a função de armazenar e favorecer a infiltração de água no solo. Assim, a implantação de terraços agrícolas na Estância Mimosa contribuirá para mitigar a erosão hídrica nos solos que causa perdas de sedimentos, matéria orgânica e nutrientes que podem atingir os cursos hídricos. Dessa maneira, os terraços agrícolas serão importantes para diminuir a ocorrência de assoreamento, turvamento e poluição do Rio Mimoso além de manter a boa capacidade produtiva dos solos.
Como a construção de terraços agrícolas se integra com as práticas sustentáveis já existentes na Estância Mimosa?
A Estância Mimosa já é contemplada com várias práticas conservacionistas de solo e de água. Entre estas práticas pode-se destacar a manutenção de boa parte de sua área com vegetação nativa, pastagens com boa cobertura do solo, estradas internas bem dimensionadas com bacias de captação, lombadas e bigodes. Entretanto, a implantação de terraços agrícolas nas áreas cultivadas com pastagem constitui uma prática mecânica que complementa as práticas edáficas e vegetativas existentes e que resultarão em maior segurança para impedir os processos erosivos. Assim, poderemos avançar ainda mais para que as atividades realizadas na Estância Mimosa estejam em consonância com os pilares da sustentabilidade que estão relacionados com a lucratividade, respeito ao meio ambiente e benefícios sociais. Tenho certeza de que essas ações contribuem efetivamente para assegurar a utilização do solo e da água com vistas ao desenvolvimento sustentável dessa região.
Quais desafios a equipe encontrou ao planejar e implementar terraços agrícolas na topografia única da Estância Mimosa?
Os desafios que encontramos para o planejamento e implementação do terraceamento agrícola na Estância Mimosa estão relacionados com a diversidade dos tipos de solos da região, do relevo do terreno e das condições climáticas. Nesse ambiente, os solos variam de arenosos a argilosos e de relevo suave até muito declinosos, com ampla variação de profundidade e nível de pedregosidade. Para cada uma dessas condições precisa ser feito um planejamento específico de conservação de solo para que se tenha sucesso nas ações propostas.
A construção dos terraços agrícolas na Estância Mimosa é um esforço conjunto das seguintes instituições e profissionais:
SEMADESC (Câmara Técnica de Conservação do Solo e da Água): Rogério Beretta (Secretário Executivo de Desenvolvimento); Fernando Nascimento (Coordenador de Agricultura); Elói Panachuki (Secretário Executivo da Câmara Técnica); Paulo Gimenez (Assessor Técnico da Câmara Técnica); Ismael Meurer (Assessor Técnico da Câmara Técnica).
Instituto Taquari Vivo:Renato Roscoe (Diretor Executivo); Rodney (Gerente Técnico) e Adriano Castelo (Assessor Técnico).
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS): participação dos pesquisadores Elói Panachuki, Roniedison Menezes, Karina Falcão, Helen Caroline e Tiago Helysson.
E também pelo apoio do Plano Estadual de Conservação do Solo (PROSOLO) por meio da Câmara Técnica de Conservação do Solo que atua nos municípios de Bonito, Jardim, Miranda e Bodoquena.
Fonte: UEMS