O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as novas “Projeções da População: Brasil e Unidades da Federação: Revisão 2024”, apresentando estimativas detalhadas para o período de 2000 a 2070. As projeções revelam que a população de Mato Grosso do Sul (MS) atingirá seu pico em 2052, com aproximadamente 3,2 milhões de habitantes, e a partir de 2053 começará a diminuir, retornando ao patamar de 3,09 milhões em 2070, similar ao nível de 2034.
População atingirá pico em 2052 e iniciará declínio
Em 2024, a população de Mato Grosso do Sul é estimada em 2,9 milhões de pessoas. Este número continuará a crescer até atingir o pico de 3,2 milhões em 2052. No entanto, o IBGE alerta que, a partir de 2053, o estado enfrentará uma diminuição populacional constante, projetando-se uma população de 3,09 milhões em 2070, equivalente ao tamanho populacional de 2034, quando o estado tinha 3,08 milhões de habitantes.
Essa mudança será acompanhada por uma redução significativa na taxa de crescimento geométrico da população, que em 2024 é de 0,83% ao ano, mas passará a ser negativa a partir de 2054. Em 2070, a taxa de crescimento será de -0,4%, indicando um declínio contínuo na população.
Fecundidade em queda e aumento dos óbitos
Um dos fatores principais para essa inversão populacional é a queda na taxa de fecundidade. Em 2024, a taxa de fecundidade em Mato Grosso do Sul está projetada para ser de 1,8 filhos por mulher, mas essa média deverá cair para 1,5 até 2070. Esse decréscimo reflete a mudança nos padrões de fecundidade, com um aumento na proporção de mulheres que têm filhos entre os 30 e 39 anos, ao mesmo tempo em que a fecundidade entre mulheres mais jovens, de 15 a 29 anos, diminui.
Além disso, a partir de 2050, o número de óbitos em Mato Grosso do Sul começará a superar o número de nascimentos, o que reforçará o declínio populacional. Em 2070, a projeção é de 38.404 óbitos contra apenas 24.567 nascimentos, acentuando o envelhecimento da população e o declínio demográfico.
Envelhecimento da população será acelerado
O envelhecimento populacional em Mato Grosso do Sul se intensificará nas próximas décadas. Em 2070, cerca de um terço da população do estado, ou 33,9%, terá 60 anos ou mais. O percentual de pessoas com 65 anos ou mais deverá chegar a 27,3%, representando 846 mil idosos, um aumento expressivo em comparação aos 9,8% (284 mil) projetados para 2024.
Essa tendência de envelhecimento também é refletida no índice de envelhecimento, que em 2070 será de 265,2 pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2024, esse índice era de 64,6, o que indica uma mudança demográfica significativa em favor da população idosa.
A razão de dependência — que mede a proporção de jovens e idosos em relação à população em idade produtiva (15 a 64 anos) — também aumentará consideravelmente. Em 2024, essa razão é de 47,2, e deverá subir para 53,9 em 2050, chegando a 66,9 em 2070, refletindo uma maior carga de dependência econômica e social sobre a população ativa.
Esperança de vida e desigualdade entre sexos
A esperança de vida ao nascer em Mato Grosso do Sul, embora em ascensão, permanecerá entre as mais baixas do país. Em 2024, a expectativa de vida ao nascer no estado será de 75,4 anos, a quarta menor entre as unidades da federação. Em 2070, essa expectativa deverá subir para 83,6 anos, mantendo-se ainda como a quarta menor entre os estados brasileiros.
As diferenças entre os sexos continuarão a ser marcantes. Em 2070, a expectativa de vida das mulheres em Mato Grosso do Sul será de 85,9 anos, enquanto a dos homens será de 81,4 anos. Esse dado reflete tanto as condições socioeconômicas quanto as desigualdades de gênero no acesso a serviços de saúde e outros fatores.
Pirâmides etárias ilustram o envelhecimento populacional
As pirâmides etárias projetadas para Mato Grosso do Sul mostram claramente o processo de envelhecimento populacional. Enquanto nos anos 2000 e 2010 as pirâmides apresentavam uma base larga, indicando uma população jovem, a partir de 2024 já se observa um estreitamento da base, com um alargamento das faixas etárias superiores. Em 2070, a pirâmide etária de MS terá uma base estreita e um topo largo, refletindo a predominância de uma população idosa, fruto da maior longevidade e da redução no número de jovens.
As projeções do IBGE indicam que Mato Grosso do Sul enfrentará desafios significativos nas próximas décadas, tanto no campo das políticas públicas quanto na adaptação das estruturas sociais e econômicas para lidar com o declínio populacional e o envelhecimento acelerado.
Fonte:OSM
