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Economia de Mato Grosso do Sul está cada vez mais refém das vendas à China

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Mato Grosso do Sul está cada vez mais refém da China na balança comercial. Até agora, neste ano, o país asiático foi responsável por quase metade das compras de produtos locais vendidos a outros países.

Conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, os US$ 2,51 bilhões vendidos para a China no primeiro semestre deste ano representaram 49,32% das vendas externas de Mato Grosso do Sul.

No comparativo com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 9,1% nas vendas para o gigante asiático, que comprou US$ 2,3 bilhões de produtos do Estado, o que, na época, equivalia a 42,41% do faturamento bruto com as exportações.

Mesmo quando as vendas externas de Mato Grosso do Sul para a China são comparadas com os 12 meses de 2023, também se observa um aumento na participação do seu maior parceiro comercial.

Ao longo de todo o ano passado, o Estado vendeu US$ 4,2 bilhões em produtos para os chineses e, no mesmo período, as vendas representaram 39,7% das vendas externas do Estado.

O que explica o aumento?

O aumento se dá pela abertura do mercado chinês para mais seis frigoríficos sul-mato-grossenses, incluindo as duas unidades processadoras da JBS em Campo Grande e os frigoríficos nas cidades de Naviraí, Bataguassu, Cassilândia e São Gabriel do Oeste.

Os embarques de carne bovina para o mundo inteiro a partir de Mato Grosso do Sul cresceram 23,4% no primeiro semestre deste ano, quando comparados com o mesmo período do ano passado.

De janeiro a junho deste ano, enquanto os frigoríficos do Estado exportaram 116.720 toneladas de carne bovina, no mesmo período do ano passado o volume exportado foi de 92.368 toneladas. Em dólares, o faturamento com as vendas saltou de US$ 443 milhões para US$ 546 milhões.

A China também continua sendo um grande comprador da soja sul-mato-grossense. Apesar de o volume do grão vendido de Mato Grosso do Sul para outros países permanecer estável, o faturamento com as exportações tem sido menor, e razão da queda nas cotações.

No primeiro semestre, a receita com as vendas da oleaginosa resultou em US$ 2,37 bilhões para os produtores e tradings do Estado. Neste ano, a comercialização rendeu US$ 1,93 bilhão.

O país asiático também é um grande comprador de celulose sul-mato-grossense, o segundo principal produto da balança comercial local. A receita com a venda de celulose neste ano já passa dos US$ 2 bilhões. No mesmo período do ano passado, era de US$ 771 milhões, uma alta de 35%.

Outros parceiros

Um bom parâmetro para entender o peso da China nas vendas dos produtos de Mato Grosso do Sul, todos com origem no agronegócio (floresta, bovinos e soja), é a posição dos demais parceiros comerciais.

Os Estados Unidos elevaram suas compras de Mato Grosso do Sul no primeiro semestre deste ano em 6,8%, mas os US$ 280,2 milhões que adquiriram do Estado (a maioria carne e celulose) lhes conferem um peso de 5,5% nas vendas externas do Estado.

O terceiro maior parceiro comercial de MS são os Países Baixos, que os brasileiros também conhecem pelo nome de uma de suas regiões, a Holanda. As vendas para empresas holandesas resultaram em US$ 223 milhões, representando 4,38% da fatia das vendas externas locais.

Balança mantém saldo positivo

O saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul atingiu US$ 4,3 bilhões nos primeiros sete meses deste ano, conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio divulgados nesta semana. Na cotação de ontem, o saldo das exportações equivalia a R$ 24,7 bilhões.

O saldo da balança comercial é a diferença entre o valor obtido com exportações e o pago pelas importações. Embora Mato Grosso do Sul esteja experimentando uma queda no valor global das exportações neste ano, sobretudo por causa das cotações mais baixas das commodities agrícolas, o saldo é recorde, principalmente pela queda nas importações, puxada pela importação do gás natural da Bolívia, cada vez mais escasso.

Em números, o total de exportações equivale a US$ 6,01 bilhões nos primeiros sete meses do ano, contra US$ 6,3 bilhões no mesmo período do ano passado. O valor é 5,2% menor que o total comercializado com outros países nos primeiros sete meses do ano passado.

As importações, contudo, tiveram uma queda ainda maior, de 9,4%, com o total das compras nos primeiros sete meses deste ano atingindo US$ 1,6 bilhão. No ano passado, no mesmo período, as compras somaram US$ 1,79 bilhão.

 

Fonte:CE

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