Com uma busca constante pela redução dos impactos negativos sobre o meio ambiente e ainda o aumento da eficiência unidos a diminuição dos custos, o mercado de insumos biológicos vem ganhando espaço no setor agropecuário. Acompanhando as mudanças, dados da CropLife Brasil (CLB), entidade que representa o setor, mostram que Mato Grosso do Sul é o quinto maior no uso de produtos biológicos agrícolas do País.
O mercado de bioinsumos que engloba produtos de controles, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores, apresentou ainda um crescimento de 15% na safra 2023/2024 em relação à safra anterior.
Na distribuição regional, Mato Grosso do Sul está no top cinco dos principais estados brasileiros, ficando atrás de Mato Grosso (33,4%), Goiás/ Distrito Federal (13%), São Paulo (9%) e Paraná (7,9%). Empatados tecnicamente, na quita posição do ranking de maiores utilizadores de defensivos biológicos estão MS e Minas Gerais, ambos com 7,8%.
Abaixo estão potências agrícolas como Rio Grande do Sul (5%) e Bahia (5%), contando ainda com Tocantins e Maranhão, que utilizam 3% de bioionsumos em suas lavouras.
“Nessa quadra histórica, cada vez mais o mundo demanda que a produção de alimentos considere em seus processos não apenas métodos e técnicas de baixo impacto econômico e sanitário, mas que também tenha responsabilidade socioambiental, avalia Melo.
Ele explica que produtor rural do Estado entendeu que a sustentabilidade é a grande variável que vai ditar a competitividade do agronegócio global nos próximos anos. “Dito isso, ele {produtor} está incorporando em sua produção insumos com baixo impacto ambiental, melhorando assim seus processos na confiança de que isso nos colocará na vanguarda da nova economia verde que está surgindo no mundo”, complementa.
Validando a projeção o diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, salienta mercado global de bioinsumos agrícolas em 2023 foi avaliado entre US$ 13 e 15 bilhões, incluindo todos os segmentos. “A estimativa é que a taxa anual de crescimento global até 2032 seja entre 13% e 14%, o que corresponde a US$ 45 bilhões”, projeta.
ÁREA
A taxa média de adoção de bioinsumos por área também apresentou uma pequena alta, passando de 22% na safra 2022/2023 para 23% na safra 2023/2024. Esse crescimento engloba todos os segmentos: controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores.
Os biofungicidas tiveram um aumento de 11% para 12%, os bioinseticidas de 19% para 21%, os bionematicidas de 24% para 25%, os bionoculantes de 61% para 63% e os solubilizadores de nutrientes de 3% para 4%, nos principais cultivos.
Entre as culturas, os bionematicidas são particularmente destacados para algodão e soja; os bioinseticidas para cana-de-açúcar e milho; os biofungicidas para soja e milho; e tanto os bionematicidas quanto os biofungicidas para hortifruti.
Já a área tratada no Brasil com proteção de cultivos (químicos ou biológicos) cresceu 15% em relação à safra 2021/2022. Nesta mesma área, a adoção de bioinsumos agrícolas cresceu acima dos 35%, uma participação total na safra 2022/2023 de12%.
Entre os principais cultivos, do total de uso de bioinsumos no Brasil 55% são destinados para soja, 27% para milho, 12% para cana-de-açúcar e 6% para algodão, café, citrus e hortifruti (HF).
PANORAMA
O crescente interesse na agricultura de baixo impacto ambiental tem impulsionado o uso de produtos biológicos no campo, apresentando uma alternativa viável para uma produção mais sustentável.
De acordo com a análise da CropLife Brasil, as políticas públicas do Páis voltadas para a produção agrícola, especialmente através de financiamentos, têm enfatizado fatores sustentáveis. O Plano Safra é um exemplo claro, oferecendo juros reduzidos para produtores que adotam práticas sustentáveis.Em alguns estados, há até a solicitação de priorização de crédito para essas práticas.
Para os próximos anos, quatro fatores principais são apontados como motores para o crescimento do mercado de bioinsumos no Brasil.
Primeiro, a contínua profissionalização e expansão da indústria. Segundo, a integração de defensivos químicos e produtos biológicos no manejo, o que segundo especialistas do setor é essencial para controlar pragas e doenças cada vez mais resistentes na agricultura tropical.
Em terceiro, está o aumento na adoção desses produtos por parte dos produtores. E, quarto, o desenvolvimento de novas formulações e tecnologias que incorporam uma maior diversidade de microrganismos e abrangem uma gama mais ampla de alvos.
Fonte:CE