Existem artistas que sobem em um palco sabendo que vai mostrar algo diferenciado e que o público com certeza prestará a atenção – ouvirá com os olhos. Um desses é sem dúvida o criativo e até mesmo injustiçado em Mato Grosso do Sul, já que é um dos melhores instrumentistas que o Estado tem. Injustiçado porque não é valorizado como deveria ser. Mas, sua apresentação o Bonito Blues & Jazz Festival em Rio Verde, Marcos Assunção foi impecável. Acompanhado por outros dois grandes músicos: Marcus Loyola(bateria) e Felipe de Castro (teclado), encantou com um repertório especial. Vale lembrar que das nove composições que ele apresentou, seis são autoriais: Nostalgia, Ipês ao Vento, Cabeça de Boi, Bonito em Bossa e Nossa Amizade. Composições de extremo bom gosto e mais, com harmonia e suavidade. Coisas de grandes instrumentistas que se preocupam com cada nota.
O Palco do Quedas D’Água recebeu muita magia com esse artistas. A música instrumental bem tocada é assim – é só os melhores conseguem fazer isso. Marcos Assunção tocou Take Five, um jazz finíssimo de Dave Brubeck, mas que fez muito sucesso com o incomparável George Benson. A escolha dessa música já demostrou que Marcos Assunção é um músico singular. Foi muito feliz tocando a inesquecível All The Things You Are, de Ella Frizgerald, uma cantora e compositora que tinha uma extensão vocal que abrangia três oitavas – era notória pela pureza de sua tonalidade.
Os três, Marcos Assunção, Marcus Loyola e Felipe de Castro simplesmente foram felizes em conjunto de sons – instrumentos todos “casados harmonicamente”. Mas, como sempre, o artista com o arranjo para o blues-jazz, mostrou nada menos do que a conhecida Trem do Pantanal, de Paulo Simões e Geraldo Roca. Aliás essa canção para quem não sabe, está no álbum Viola e Batuque, trabalho este realizado com um dos melhores percussionistas do país, o baiano Marco Lobo. O show de Marcos Assunção sem dúvida foi um dos mais belos realizados no Bonito Blues & Jazz Festival em Rio Verde. Perdeu que não viu !
Fonte:Alex Fraga
