As recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul deixaram um rastro de destruição e afetaram profundamente diversos setores da economia. Segundo Vivian Gatelli, Coordenadora Técnica da Unifertil, “é difícil encontrar uma empresa que não tenha sido impactada de alguma forma, seja pela própria água ou também pelo suprimento”. Gatelli destaca que muitas empresas dependem da região metropolitana para o fornecimento de peças, equipamentos e mão de obra, o que intensificou os efeitos das enchentes.
Na Unifertil, a prioridade inicial foi dar suporte aos funcionários afetados. “Nos primeiros dias de problemas que a gente teve com as enchentes, a gente se focou em ajudar esses funcionários, em fazer o mapeamento de quem tinha sido atingido para dar o melhor suporte possível diante dessa tragédia, porque foi muito difícil”, afirmou Gatelli.
Apesar dos desafios, a Unifertil conseguiu manter suas operações graças à diversificação de suas unidades produtivas. “Como nós temos site de produção em Rio Grande, a gente conseguiu direcionar nossa produção para a fábrica em Rio Grande, o que fez a empresa não parar em nenhum momento dentro dessa tragédia”, explicou Gatelli. No entanto, os impactos futuros ainda são motivo de preocupação.
Os produtores rurais foram duramente atingidos pelas enchentes, sofrendo perdas significativas em suas propriedades e lavouras. “Perdas de produtividade, perdas de lavouras, lavouras que estavam ainda por colher aqui das culturas de verão, a própria implantação do trigo, agora que a gente começa no Rio Grande do Sul, começa a ter essa janela de plantio de trigo que a gente acredita que. Esse produtor pode ter um pouco mais de problema e uma redução no uso de tecnologia também”, observou Gatelli.
A dificuldade de acesso ao crédito é outro obstáculo que os produtores rurais deverão enfrentar. “Acreditamos que vai ter uma limitação de acesso a crédito e todo esse planejamento para uma reconstrução”, acrescentou.
Problemas logísticos
O setor logístico também enfrenta desafios significativos. Gatelli ressaltou que “esse mercado de fertilizantes estava devagar, está um pouco represado ainda as vendas e agora ainda com toda essa situação das estradas, todos os problemas que a gente tem e que o nosso transporte desde o Rio Grande do Sul é todo rodoviário”. A dificuldade de acesso aos insumos e a limitação dos recursos no mercado são fatores que podem levar os produtores a utilizar menos tecnologia, optando por produtos mais simples ou doses menores.
Fonte: Agrolink
