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Tragédia e prejuízos no agronegócio gaúcho: consequências das enchentes

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O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise climática sem precedentes, conforme revela o relatório do Radar Agro do Itaú BBA. Entre a última semana de abril e os primeiros dias de maio, chuvas intensas atingiram o estado, acumulando o equivalente a três meses de precipitação em poucos dias. Essa situação crítica é resultado da combinação de um enfraquecido, mas ainda presente, fenômeno El Niño e um Oceano Atlântico anormalmente aquecido na porção sul, que trouxe umidade excessiva à região.

O aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, permanece fechado por tempo indeterminado. As operações nos portos de Porto Alegre e Pelotas foram interrompidas, embora o Porto de Rio Grande continue funcionando normalmente. As principais rodovias federais, BR-116, BR-386 e BR-290, também foram severamente afetadas. Esses problemas logísticos prejudicam o transporte de importantes produtos agrícolas da região, como arroz e frutas (uva, pêssego e maçã), agravando ainda mais a situação.

O relatório do Itaú BBA destaca que as enchentes trazem sérias consequências para o agronegócio do Rio Grande do Sul. O estado, um dos maiores produtores de soja do país, que representou 18% das exportações estaduais em 2023, enfrenta desafios significativos na produção e no escoamento de commodities. A balança comercial gaúcha, responsável por 6,6% do total exportado pelo Brasil no ano passado, deve registrar impactos negativos nos próximos meses, com consequências econômicas ainda incertas.

As previsões para a próxima quinzena indicam um breve alívio para a região sul do estado, seguido por mais chuvas intensas. A queda acentuada nas temperaturas adiciona um desafio extra à recuperação das áreas afetadas. As autoridades locais estão trabalhando para avaliar e mitigar os danos, mas a recuperação total da infraestrutura e do agronegócio deve demandar tempo e recursos significativos.

Fonte: Agrolink

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