Uma parcela significativa da população brasileira teme que a inteligência artificial (IA) vai mudar a sua área profissional e talvez até ameaçar o posto de trabalho. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa divulgada pela Page Interim, empresa do PageGroup que realiza recrutamento de profissionais terceirizados ou temporários.
O estudo mostra que 76,6% dos brasileiros acreditam que a IA vai afetar o seu emprego atual de alguma forma. Esse índice de preocupação é maior do que nos outros países que participaram das entrevistas, como México (68%), Peru (66%), Colômbia (65%), Chile (63%) e Argentina (63%).
Os brasileiros também se destacaram como os profissionais que mais usam IA como ferramenta para busca de um novo trabalho — o índice foi de 46,9%, atrás apenas do México, com 48,7%.
Nesse caso, os entrevistados alegam que usam plataformas ou serviços inteligentes para economizar tempo nas buscas e personalizar aplicativos para otimizar tarefas. Eles também adotaram a IA para encontrar vagas mais vantajosas ou relevantes e melhorar aspectos do currículo ou de preparação para uma entrevista.
Desemprego não é única preocupação com IA
Ainda segundo o estudo, 61,5% do público latino-americano vê potenciais benéficos da IA no seu campo de trabalho, apesar de ela também ter “riscos significativos”. Apenas 3% acham que a tecnologia é tratada hoje de forma exagerada e não terá um impacto tão relevante.
O levantamento da Page Interim revela ainda que, apesar de toda a empolgação com essa tecnologia, ainda há um longo caminho pela frente na sua popularização. Do total de entrevistados, 50,4% ouviu falar sobre IA, mas ainda não conhece todos os seus usos.
Nos extremos, 25,4% do público consultado “não está por dentro” do assunto, enquanto 24,2% garante que já estão ao menos familiarizados com as técnicas.
Entre quem já está ligado no tema, as preocupações mais relevantes com IA são desemprego, privacidade e segurança de dados. A questão da eliminação de postos de trabalho foi a mais citada em todos os países menos a Argentina, onde “implicações éticas” foram tidas como o maior risco.
A pesquisa foi realizada com uma amostragem de 5.354 profissionais espalhados por Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Panamá.
Fonte:TCM