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Rio de Janeiro é listado como um dos piores destinos entre cidades turísticas mais populares

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“O Rio de Janeiro continua lindo/O Rio de Janeiro continua sendo…” Lançada há mais de 50 anos, “Aquele Abraço” (1969) permanece como uma das canções mais populares de Gilberto Gil e já começa de um jeito contagiante, com versos que dificilmente seriam rejeitados por qualquer mortal.

À parte o talento do cantor e compositor da Bahia, o começo da letra cala bem fundo na sensibilidade de quem já esteve por lá ou ao menos deitou os olhos em alguma imagem retratando a beleza da cidade chamada de maravilhosa desde seu hino oficial. Mas duas pesquisas divulgadas recentemente, que viralizaram na internet, chamam atenção para um problema que se tornou, também há décadas, a pedra no sapato do idílio carioca com os turistas.

Trata-se da violência e da sensação de insegurança, que acometem tanto os visitantes quanto os moradores da capital do estado de mesmo nome. Uma lembrança que, infelizmente, foi retomada em Mato Grosso do Sul, uma vez mais com muita contundência, nos últimos dias, em decorrência da morte de Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos.

O jovem de 25 anos, nascido em Campo Grande, estava no Rio para o show de Taylor Swift quando foi barbaramente assassinado a facadas, mesmo sem reagir, durante um assalto na Praia de Copacabana, no dia 19 de novembro.

Gabriel estudava Engenharia Aeroespacial em Belo Horizonte, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e antes tinha cursado dois anos da graduação em Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

DEU NO DAILY STAR

Um dos levantamentos foi realizado, na verdade, há um ano pela norte-americana Armormax, empresa especializada em veículos blindados. Mas foi a divulgação recente, em um jornal inglês, que fez o assunto viralizar. Em sua edição de 14 de novembro, o Daily Star, amparado nos dados da corporação dos EUA, listou o Rio de Janeiro, ao lado de Kingston, capital da Jamaica, e de Acapulco, no México, como a cidade mais perigosa do mundo para turistas.

O motivo: o Rio seria “particularmente” arriscado por causa da “atividade criminal”, tornando-se “inseguro deixar os limites de seu hotel”. A lista original apresenta 22 cidades, com quatro delas recebendo a classificação negativa relacionada aos crimes contra turistas. A capital da Tailândia, Bangkok, no sudeste asiático, aparece na relação da Armormax, mas não é mencionada pelo jornal britânico, que reproduz ainda uma avaliação do poder público sobre viagens ao Brasil.

“Apesar dos altos níveis de criminalidade, a maioria das visitas ocorre sem problemas”, aponta, de modo genérico, o governo do Reino Unido, frisando “que a criminalidade tem alto nível” nas grandes cidades.
Com quatro imagens mostrando policiais em diferentes regiões do Rio, incluindo uma mulher carregando um bebê na Rocinha, o texto, sem deixar de reconhecer as maravilhas, como o Cristo Redentor, fala sobre a possibilidade de “uma forte presença policial nas ruas”, além de clonagem de cartões e outras fraudes bancárias.

A bela trilha a pé do Corcovado ao Cristo é desaconselhada por causa do risco de assaltos à mão armada. Segundo a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), 3.484 casos foram registrados em toda a cidade ao longo de 2022, envolvendo furto, roubo e estelionato.

O clima, as praias, o Carnaval e a gastronomia do Rio são incensados pelo Daily Star, que tampouco relata os motivos – potencial de radiação, acidentes de carro, hipotermia, queda de penhascos, criaturas venenosas, etc. – que fazem de outras cidades da lista da Armormax locais perigosos. Mais de três mil turistas estrangeiros foram vítimas de violência no Rio no ano passado.

UCRÂNIA

Se um mês depois do início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Organização Mundial do Turismo alertava que o conflito com a Rússia poderia paralisar globalmente a retomada pós-pandemia do setor, já em agosto do mesmo ano, pelo menos uma agência da ex-república soviética liderada por Volodymyr Zelensky anunciava pacotes, com passeios a 50 euros cada, para lugares devastados durante os combates.

E é de lá, da Ucrânia, que vem a segunda pesquisa cravando a imagem violenta do Rio. Mais uma vez, o resultado da pesquisa foi divulgado no mês de abril e somente há algumas semanas veio à baila com mais destaque.

Partindo de seis critérios, a empresa ucraniana desenvolveu um índice de classificação dos lugares conforme a popularidade. Os critérios foram: taxa de retorno de visitantes, acomodações acolhedoras, respeito da comunidade, aceitação da diversidade, felicidade da população local e facilidade de comunicação.

Entre as cidades brasileiras citadas, de um total de 53 em todo o mundo, o Rio de Janeiro ficou na lanterna, juntinho com cidades da Índia, pela má performance nas acomodações e na segurança pública, embora esse quesito não apareça explicitamente entre os critérios. Toronto, no Canadá, conquistou o primeiro lugar no ranking, por ser considerada a cidade mais acolhedora.

 

Fonte:CE

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