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Documentário com onças, filmado em Miranda, estreia em plataforma de streaming

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Nesta quarta-feira, será celebrado o Dia Nacional da Onça-Pintada, e na quinta-feira chega aos cinemas o documentário “Diário de Uma Onça”, com direção de Joe Stevens, Fábio Nascimento e Mario Haberfeld.

A produção teve grande parte das filmagens realizada no Pantanal sul-mato-grossense, em Miranda, na reserva ecológica Caiman.

O longa-metragem da Wildlife Conservation Produções (WCP) narra a jornada verídica de três onças-pintadas por meio da perspectiva do que seria o relato em primeira pessoa de um dos animais em foco.

Intérprete da personagem Juma no remake da novela “Pantanal” (Globo), a atriz Alanis Guillen assume a narração do documentário e dá voz a Leventina, uma jovem onça-pintada que precisa se proteger de predadores e da ameaça humana.

Os produtores garantem que, exceto pela presença da atriz em voice-over, tudo no filme é real. A ser lançado pela Boulevard Filmes no circuito brasileiro, o projeto é uma coprodução com Ventre Studio e Globoplay, com previsão de estreia na plataforma no dia 6 de dezembro.

A Onçafari criada em 2011 para atuar em prol da conservação da biodiversidade nos biomas da Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado e Pantanal, com ênfase em onças-pintadas, onças-pardas, lobos-guarás e antas conseguiu, pela primeira vez na história, segundo o documentário, reintroduzir com sucesso o grande felino na natureza.

É por meio do trabalho dos biólogos dessa associação que o filme relata uma relação possível e harmoniosa entre onça e homem.

Neta de Fera, a primeira onça resgatada e reintroduzida com sucesso em habitat natural no mundo, e filha de Ferinha, onça que é um marco na continuidade de sua espécie, Leventina vive em um território ameaçado pela mão do homem diante do progresso e das alterações climáticas.

“NUNCA TINHA NARRADO”

“Eu nunca tinha narrado nada, então fiquei muito empolgada e me perguntando como seria isso, qual voz eu daria para essa onça, se seria a voz da Alanis, de uma nova onça ou a da Juma. Então fomos encontrando a voz que pudesse contemplar a Leventina em cada momento da narrativa; os seus momentos de fúria, dificuldade, alegria, etc. Foram dias muito divertidos, e sempre vai ser emocionante para mim trazer a história de uma onça e estar nesse cenário do Pantanal. Foi um desafio incrível”, conta Alanis Guillen.

“Esse projeto traz o educativo e a informação em uma perspectiva profunda e empática, que gera a aproximação do grande público com essa história, essas personagens e essa realidade muitas vezes dura, mas que está acontecendo aqui na nossa frente, mas que nem sempre reparamos”, complementa a atriz. O longa contou com mais de 200 horas de material bruto filmado ao longo de três anos.

Para o diretor Joe Stevens, “ser capaz de acompanhar de perto a vida de Leventina e sua família de onças na natureza nos deu uma oportunidade incrível e muito rara de contar sua jornada única e brilhante. Nunca vi uma história como essa. Por meio de centenas de horas de filmagens coletadas ao longo dos anos, surgiu um verdadeiro retrato de como é realmente a vida de uma jovem onça-pintada crescendo no Brasil. E o poder da história reside no fato de que podemos nos identificar com muitas das lutas e desafios que a Leventina enfrenta”.

“Dirigir esse filme com Joe e Mario me abriu portas para ver a complexidade e a sofisticação das onças, entender como cada uma delas ali representa uma vitória para o trabalho daqueles que lutam pela sua sobrevivência. Pessoas como o biólogo Edu Fragoso [personagem coadjuvante no filme] colocam suas vidas à disposição desta batalha, entendendo que lutar por essa espécie é também lutar por tantas outras, é proteger biomas e, no fim, lutar por nós mesmos”, reflete Fábio Nascimento.

“Somos um estúdio independente, que busca levar histórias brasileiras relevantes para um público local e internacional, e entendemos que o meio ambiente brasileiro é protagonista no debate global. A voz de Leventina nos proporciona algo raro; um olhar original e emocionante sobre uma realidade difícil que precisa ser adereçada”, diz Giuliano Cedroni, um dos roteiristas do filme e um dos sócios do Ventre Studio.

“Em virtude do grande número de material, o nosso desafio era desvendar onde estava a história. Esse filme em particular tem duas linguagens que caminham em paralelo: uma linguagem documental mais clássica e uma, digamos, ficcional. Dentro disso, nós fomos visionando e entendendo a curva dramática das nossas personagens e, a partir disso, a Bea materializou a narração da Leventina e ao mesmo tempo fomos construindo a história do Edu. Esse é o grande barato desse filme”, conta o montador Pedro Bronz.

“Para escrever sobre Leventina, precisei me atentar aos detalhes de sua trajetória. Porém, dar voz a ela foi outro desafio e de maior complexidade, pois não queria correr o risco de humanizá-la demais e romper com o seu lado fera. Não foram nas palavras que encontrei sua voz. Foram os sentidos, o gesto, o olhar, sua atenção e, acima de tudo, seu silêncio. Leventina me ensinou sobre as leis da vida diante de uma natureza implacável e, mais do que isso, me ensinou a desbravar e a resistir com coragem”, relata a roteirista Bea Monteiro.

TRILHA SONORA

Além da narração em primeira pessoa, que exigiu um trabalho árduo e conjunto entre roteiro, montagem e direção, o documentário conta também com uma trilha sonora completamente autoral, que se junta aos outros elementos do filme para emocionar o telespectador.

“Eu gosto muito do desafio de fazer música para documentários, pois requer um retrato fiel da realidade, ao passo que necessita de um equilíbrio das curvas narrativas e emocionais próprias do cinema”, conta Ruben Feffer, que assina a trilha sonora.

“Esse projeto traz algumas questões únicas, como a brasilidade, que eu explorei por meio da viola caipira, interagindo com aspectos tecnológicos, e de uma sonoridade eletrônica. Então, foi desse encontro entre a música raiz brasileira, a música orquestral mais convencional e alguns elementos da música pop que nasceu a trilha dessa verdadeira ‘epopeia da natureza'”, exalta Ruben Feffer.

Ao lado de Feffer, compositor da trilha, estiveram seu parceiro Vitor Zafer, responsável pela execução junto do produtor assistente Rodrigo Custódio, “que ainda compôs e interpretou a belíssima canção original que segue as cartelas de créditos finais”, e a equipe da Ultrassom

 

Fonte:CE

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