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Irmã de ex-deputado Capitão Contar, falece vítima da dengue em caso incomum devido a pouca idade

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Uma simples picada de um mosquito Aedes aegypti mata. A morte de Lívia Barbosa Contar, 37 anos, irmã do ex-deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar (PRTB), acende um alerta importante para a banalização da doença.

Desde 1981, quando o vírus foi introduzido no Brasil, nada foi feito de forma eficaz para evitar a morte de milhões de pessoas. Só neste ano, Mato Grosso do Sul registrou 40 óbitos pela doença, outros cinco casos seguem em investigação. Até o momento a SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmou 39.997 pessoas infectadas.

Lívia vivia em Campinas (SP), a 929 km de Campo Grande, e a perda prematura dela mostra que o vírus pode ser letal para pessoas que não fazem parte da faixa etária comum para aumento de óbitos por conta da doença. A explicação é do médico infectologista, Júlio Croda.

“Dengue tem um padrão de aumento de óbito em crianças e adolescentes na primeira infecção e eventualmente nos idosos com comorbidades. É incomum uma pessoa de 37 anos morrer de dengue. Interessante saber se é a primeira ou segunda vez que foi infectada. Essas duas primeiras apresentam o maior risco de evoluir para hospitalização e óbito, geralmente nos extremos de idade. Não é frequente uma pessoa entre 30 e 50 anos ir a óbito por dengue”, explica.

Em Mato Grosso do Sul, dos 40 óbitos de 2023 por dengue, apenas sete tinham de 30 a 40 anos, sendo duas vítimas com comorbidades relatadas. O especialista afirma que há uma preocupação maior com a chegada do verão, que ocorre apenas 21 de dezembro.

“Se já tem reprodução do mosquito agora, imagina no verão com chuvas e mantendo esse calor. A tendência é que tenha mais transmissão e um aumento importante no número de casos. Esse ano já superou o ano de 2022 e vamos ficar muito perto de atingir o nosso pior momento que foi entre 2019/2020 e talvez bater o número recorde de casos daquela época”, alerta Croda.

Mudanças Climáticas – Pode parecer estranho relacionar mosquitos da dengue com as mudanças climáticas que o mundo tem enfrentado. Mas as duas coisas estão diretamente ligadas, refletindo em aumento da transmissão da dengue a cada ano.

“Ano a ano no mundo como todo existe recorde nos números de casos. Isso se deve muito as alterações climáticas, aumento da temperatura, adaptação do mosquito nas regiões onde não existiam a circulação importante do mosquito, justamente por conta do aquecimento da temperatura global”, esclarece.

No próprio Brasil, por exemplo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul não tinham registros de dengue. Hoje em dia apresentam elevada incidência e elevada mortalidade associada a doença. No Uruguai, já tem transmissão de Chikungunya, outra doença transmitida pelo mosquito. “Com o aumento da temperatura global, esses estados ou países mais ao sul, terão a tendência de ter a circulação do vetor do Aedes aegypti e portanto, maior transmissão de dengue”.

Até abril de 2024, a influencia do El Niño, que eleva a temperatura no Planeta de 1º C até 2º C vai favorecer a reprodução do vetor, ou seja, existe uma tendencia de ter maior risco de transmissão da dengue.

“É um período que não esperamos o número elevado de casos e transmissão. A gente espera que ocorra a partir de dezembro e vai até maio. Mas são justamente essas mudanças climáticas que tem facilitado essa transmissão. Há uma maior chance de transmissão da dengue, por uma condição ambiental mais adequada para a reprodução do Aedes aegypti como um todo”.

Fonte: CGN

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