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Quadrilha fingia ser da PF para vender aparelhos eletrônicos

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A Polícia Federal (PF) de Mato Grosso do Sul deflagrou ontem uma operação para inibir uma quadrilha que usava nomes de policiais federais para vender celulares, computadores e caixas de som.

O crime de estelionato era realizado por meio das redes sociais, com a criação de perfis falsos que continham imagens de policiais federais e que vendiam mercadorias supostamente apreendidas pela Receita Federal (RF), informação também falsa.

A polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Dourados e Nova Andradina, a fim de combater o estelionato e o uso de documentos públicos falsos.

Durante as investigações da Operação Fake ID PF, também foi descoberta a participação de uma pessoa que atualmente já está presa.

Conforme informação da Polícia Federal, deduz-se que o uso de símbolos da PF e do nome da RF tinha, para os criminosos, o objetivo de passar credibilidade aos possíveis compradores.

Enquanto alguns membros da associação criminosa agiam na falsificação de documentos funcionais da PF
e na divulgação em redes sociais dos produtos, outros se dedicavam no recebimento dos valores das vendas das mercadorias, por meio de transações via Pix.

Ainda não há por parte da Polícia Federal uma confirmação de quantas pessoas estão envolvidas na quadrilha.

“É um dos dados da investigação, a qual continua, dada a quantidade de material apreendido e de onde podem surgir novos envolvidos”, informou a PF por meio de nota.

Os documentos que a associação criminosa usava para a identificação eram muito semelhantes aos que a PF utiliza. Contudo, de acordo com delegado da corporação, as credenciais eram falsas, assim como os nomes utilizados. Nenhuma informação era verdadeira.

Em nota, a PF também comunicou que, na operação, há o conhecimento de dois casos registrados que envolvem a quadrilha e que os produtos vendidos por ela em um desses casos já foi entregue. Em outro, o comprador levou um calote dos supostos policiais.

Os principais crimes investigados nessa operação são estelionato, falsificação de documento público, uso de documentos falsos e crime de associação, além de outros delitos que porventura venham a ser descobertos no decorrer das investigações. Somadas, as penas podem chegar a 20 anos de prisão.

ESTELIONATO EM MS

Ficando cada vez mais recorrente em Mato Grosso do Sul, os golpes realizados via internet são os crimes virtuais mais denunciados em ocorrências no Estado.

No primeiro semestre, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 38,08% dos casos registrados se tratam de estelionato, seguido por preservação de direito (11,04%) e por fraude eletrônica (9,39%).

Já de janeiro a setembro, 9.641 ocorrências de estelionato foram registradas em Mato Grosso do Sul, crimes praticados dentro e fora do ambiente virtual.

No mesmo período do ano passado, 10.332 casos no Estado foram registrados pela Polícia Civil. Isso demonstra uma redução no número de ocorrências de 6,5% dos casos.

Conforme informado pela Sejusp, entre os delitos mais praticados na internet em 2022, foram registrados 1.801 crimes de estelionato em Mato Grosso do Sul.

Os dados foram disponibilizados ao Correio do Estado pela Sejusp, por meio da Superintendência de Inteligência em Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, e mostram o registro de 1.197 crimes no interior e 604 crimes cometidos virtualmente na Capital.

Entre os crimes analisados, estão injúria com 676 casos registrados, difamação com 549, invasão de dispositivo informático com 352, calúnia com 162, pedofilia com 45, racismo com 12, LGBTfobia com 2 e incitação ao crime com apenas um único registro.

De acordo com Roger Nascimento, especialista em Segurança da Informação, o crime virtual é caracterizado por toda ação criminosa praticada com a utilização de recursos tecnológicos como telefones, computadores, tablets, entre outros.

O especialista disse que, apesar de as pessoas se sentirem protegidas por meio das telas, os rastros virtuais deixados na prática do crime são suficientes para permitir traçar uma linha de investigação e localizar o criminoso.

“Claro que o ambiente envolvido na prática do crime virtual muitas vezes dificulta a linha de investigação, mas não a anula. O tempo para a conclusão de uma investigação está diretamente relacionado à quantidade de elementos comprobatórios coletados”, explicou.

 

Fonte:CE

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