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Contagem regressiva para Black Friday anima comércio e dará ‘fôlego’ às vendas

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A decoração das lojas já dá espaço para as árvores de Natal, mas também reserva espaço para as ofertas da Black Friday, tradicional período em que os lojistas vendem produtos em liquidação. Para os comerciantes, a temporada de descontos deve dar um “fôlego” no giro econômico, já que o setor enfrenta queda no consumo.

O presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, diz que os magazines e lojas âncoras do Centro devem participar do período de promoções. A unidade está elaborando uma pesquisa regional para balanço de adesão dos empresários nesta edição.

“A Black Friday acontece na última semana de novembro e, como estamos em outubro, o varejo menor ainda não sabe se terá condições de participar. Estamos com estoque baixo esse ano (…). Isso é preocupante para todo o varejo. Esse estoque baixo é porque o crédito está alto e o consumo baixo. Depois da pandemia, a gente percebeu que as pessoas estão cada vez mais seletivas ao consumismo, que deu uma caída significativa entre agosto e setembro. Temos dados que não são favoráveis ao consumo”.

De olho no ar-condicionado

Ronildo Silva, gerente de uma unidade da Gazin, aposta em televisão e ar-condicionado, produtos cujas vendas atualmente estão em alta, devido às ondas de calor que Campo Grande enfrenta.

“A política de descontos vem nacionalmente, mas temos grandes expectativas em produtos de conforto. Temos estoque bom, mas nossa preocupação é com o estoque que chega, pois as fábricas são de Manaus, que enfrenta uma crise hídrica que pode refletir em encomendas aqui. TV e ar condição estão com procura muito grande”.

Antonino Marcos de Matos, gerente das Casas Bahia, detalha que a previsão de preços chega da matriz com três dias antes da Black Friday. “Tradicionalmente participamos, é uma data que mexe muito com o comércio, não só a nossa loja”, descreve.

‘Black Fraude’ e ‘metade do dobro’

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor de Mato Grosso do Sul, o advogado Nikollas de Oliveira Pellat, diz que alguns problemas entre lojistas e cliente são comuns nessa temporada, como a propaganda enganosa, a ironicamente chamada de “black fraude”, quando se paga “metade do dobro”, ou seja, preço similar ao normal.

“O consumidor tem que pesquisar bem antes de comprar para não ser induzido ao erro. Às vezes, uma empresa sobe o preço antes de entrar e diminui entre aspas para o preço que já estava originalmente, ou então dão descontos em produtos com avarias, mas não informam que tem aquele problema, o que fere o direito da informação”.

Pellat reforça que nesse período também há um alerta para os golpes on-line, com sites ou anúncios fraudulentos. A recomendação é ficar atento às informações do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e dados bancários, por exemplo, conferir atentamente boletos ou chaves Pix antes de transferir um valor. Denúncias podem ser feitas em unidades do Procon estadual ou municipal.

Também é comum nesse período a venda de item com avarias, por exemplo, riscos ou amassados. O advogado destaca que a legislação determina uma empresa informar o cliente sobre tal dano. Vale lembrar que nesse caso não é uma promoção e sim um dano que reduz o valor real do objeto.

“A empresa pode vender o produto que tenha alguma avaria, um defeito, mas que não o torne impróprio para uso, desde que informe o consumidor. O artigo 6ª e inciso 3º traz esse princípio e direito básico ao consumidor, a qual é a informação. A empresa pode vender um produto com valor abaixo do mercado, porque tem um certo defeito. Com relação à troca, não há direito a fazer com base nesse defeito que a empresa avisou, mas se o produto apresentar outro tipo de vício ou defeito, que não esse o motivo da redução preço, pode acionar a empresa dentro do prazo de 90 dias de garantia, para aparar esse defeito ou substitua o produto”.

Dicas para ficar atento

  • Pesquise a qualidade da empresa, para evitar golpes de estelionatários;
  • Não clique em links suspeitos de promoção pela internet;
  • Evite fazer pagamentos antes de consultar atentamente os dados da empresa;
  • Confira se a loja oferta garantia.

Orçamento na caneta

A Black Friday é uma data atrativa para o comércio antes das compras de fim de ano. A economista Andreia Cambiaghi indica cautela antes de adquirir itens que não estão na lista de desejos. Evitar o endividamento com objetos comprados desnecessariamente para uso pode prevenir uma “bola de neve”.

“Uma boa compra é feita com bastante responsabilidade. Temos que saber o que queremos comprar, desde uma coisa muito cara a uma barata. Conhecer o produto, saber o preço, saber das qualidades e se realmente quero comprar aquilo é essencial. Eu preciso ter essas informações, saber o meu objetivo e me programar para isso. Comprar sem pesquisar antes, acreditar que é uma promoção porque está escrito que é, é um dos erros mais absurdos que as pessoas ainda cometem. No impulso acabam realizando a compra”, defende.

Para a especialista em economia comportamental e planejamento, gestão e educação financeira pessoal. A internet é uma ferramenta de pesquisa que facilita o consumidor analisar os preços antes de adquirir algo.

“A temporada foi importada dos Estados Unidos para o Brasil. Depende de cada consumidor como encara o período do Black Friday. Quero comprar? O cuidado da pesquisa é primordial. Vejo muitas pessoas aproveitando, porque fizeram uma lista de desejo, pesquisou e viu que não era uma fraude, sempre está preparado para não ser passado para trás”, diz Andreia.

Está dentro do orçamento?

Outra dica que pode salvar nesse período é a análise no orçamento pessoal. Andreia reforça que o consumidor pode aderir ao parcelamento desde que tenha o valor à vista, por exemplo, a compra parcelada não irá comprometer o orçamento futuro.

“Se não está na sua programação de compra, não compre. ‘Ah, mas está ali e tem um bom custo benefício’. Temos que deixar de fazer contas mentais e colocar no orçamento, montar uma planilha de gastos e o orçamento real do mês. Se visa algo para comprar alguma coisa que compraria no Natal, por exemplo, se tiver fazendo uma programação e estiver um bom preço, desde que esteja no limite que estabeleceu, por que não comprar?”, finaliza.

 

Fonte:MM

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