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Baixa procura por exames pode esconder novos casos de câncer

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Oferta de exames para identificar câncer de mama e câncer no colo do útero é maior do que a procura em Campo Grande, o que pode causar uma subnotificação no número de casos.

Com o início do mês de outubro começam as campanhas do Outubro Rosa, que visam a conscientização da importância do exame de mama, que diagnóstica o câncer de mama.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) apontam que de janeiro a setembro desse ano, 114 exames de diagnósticos identificaram casos de neoplasia maligna da mama, número que não chega à metade dos casos estimados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), para Campo Grande em 2023, que é de 390 novos casos da doença.

A Sesau informa ainda, que disponibiliza cerca de 2.000 vagas para exames de mamografia por mês em Campo Grande, no entanto, de janeiro a julho deste ano, foram realizadas 7 mil mamografias na faixa etária de 50 a 69 anos, e 4.200 mamografias na faixa etária de 40 a 49 anos, totalizando 11.200, sendo que o total de vagas ofertadas para realizar o exame foi de 14 mil, uma adesão de 80%.

Com uma procura ainda menor, o exame preventivo tem apenas 32% das vagas ofertadas pela Sesau ocupadas.

Mensalmente, a secretaria municipal de saúde disponibiliza 9 mil vagas de preventivo, seja por demanda espontânea ou por agendamento, entretanto, de janeiro a julho de 2023, apenas 23.173 mulheres realizaram a coleta do preventivo, o que dá uma média de apenas 2.881 exames realizados por mês. O total de vagas disponíveis nos sete primeiros meses foi de 63 mil.

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O exame preventivo é responsável por detectar indicativos de problemas no colo do útero, entre eles o Papilomavírus Humano (HPV), que é o principal responsável por câncer do colo do útero.

Em Campo Grande, a Sesau informou que teve 42 casos confirmados de neoplasia maligna do colo do útero, mas a estimativa do Inca era de 80 novos casos da doença este ano na Capital.

No Brasil, o câncer de mama é o segundo mais incidente entre as mulheres, e o de colo do útero é o terceiro com maior número de casos, ambas as doenças só ficam atrás dos tumores de pele não melanoma, que é o tipo de câncer mais comum entre as brasileiras.

Em Mato Grosso do Sul, a estimativa de casos de câncer de mama para 2023 foi de 910, colocando o Estado em último no ranking da região Centro-Oeste, sendo que em 2022, MS estava em segundo colocado na estimativa, com 850 casos.

Segundo a Sesau, em 2022 foram registrados 86 óbitos em decorrência de câncer de mama na Capital, e 23 por câncer do colo do útero. Esse ano, já foram notificadas 80 mortes por câncer de mama e 23 por câncer do colo do útero.

A estimativa de casos de câncer do colo do útero em MS para esse ano é de 320 casos, ocupando a segunda posição de maior expectativa na região Centro-Oeste, sendo que em 2022, esse total era de 270, quando já tinha a segunda maior taxa de estimativa da região.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) não disponibilizou dados referentes ao número de casos já notificados este ano pela pasta, das duas doenças. Porém, a Coordenadora das Doenças Crônicas da SES, Andrea Ferreira, acredita que a queda na estimativa de casos de câncer de mama vem de ações financiadas pelo Estado, que ofertam serviços de diagnóstico precoce e rastreamento.

Outubro Rosa

O Outubro Rosa é a campanha massiva para incentivar a realização de mamografia e para realizar o diagnóstico precoce da doença.

Do dia 3 de outubro até o dia 31, exceto dias de feriado, o Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão (HCAA) vai disponibilizar 80 senhas por dia para mulheres entre 40 e 65 anos de idade realizarem a mamografia de forma gratuita.

A Sesau fará uma programação especial, com diversos serviços e atendimentos em Unidades de Saúde da Família em todas as regiões da cidade, como realização de exames preventivos, testes rápidos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), agendamentos de mamografia e palestras com orientações sobre saúde da mulher.

Câncer

De acordo com o HCAA, o câncer de mama “é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando tumores”.

O câncer de colo do útero pode demorar muitos anos para se desenvolver, e é causado principalmente pelo vírus HPV. Segundo o Ministério da Saúde, fatores como sexo desprotegido, fumo e má higiene íntima podem facilitar a infecção pelo vírus.

“As alterações das células que dão origem ao câncer do colo do útero são facilmente descobertas no exame preventivo”, aponta o Ministério da Saúde. Além disso, há a vacinação contra os principais subtipos do HPV, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas de nove a 14 anos de idade, e meninos de 11 a 14 anos de idade, que ajuda na prevenção contra o vírus e consequentemente diminui as chances de se desenvolver câncer do colo do útero.

 

Fonte:CE

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