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Incêndio queimou área de 1.825 hectares em Bonito

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O fogo arde nas bordas do Pantanal, aumentando o risco de incêndios de maiores proporções no menor e mais delicado bioma do Brasil. O Pantanal está no coração da onda de calor extremo que assola o país e no topo da lista das áreas de alerta de fogo elevado. Incêndio que começou dia 19 e foi controlado só ontem destruiu uma área de 1.825 hectares na região de Bonito, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ).

Em todo o Pantanal e áreas vizinhas há pontos de perigo extremo de fogo para os próximos dias, alerta a coordenadora do Lasa, Renata Libonati.

A área queimada é equivalente a cerca da metade da do Parque Nacional da Tijuca e fica em Bonito, às margens do Rio Formoso, que compõem o mosaico pantaneiro. Bonito fica na região de entorno do Pantanal, e o Formoso é um dos rios que ajudam a alimentar as áreas inundadas.

O risco alto se deve à combinação de calor extremo e seca. Ela não apenas favorece a rápida propagação do fogo, caso alguém inicie um foco, quanto dificulta o combate das chamas, pois há muita matéria orgânica no solo para queimar. Além disso, bombeiros e brigadistas precisam suportar temperaturas elevadas, muito acima de 40°C nas áreas atingidas.

O Pantanal já estava nas áreas de risco elevado de fogo na previsão para setembro, outubro e novembro emitida em agosto pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Nesse momento, a onda de calor e ar seco torna a vegetação bastante inflamável, e a nossa previsão para os próximos três meses é que essa condição perdurará. Por isso, a situação do Pantanal é crítica — afirma João dos Reis, pesquisador do Cemaden.

O Cemaden recomenda o limite do uso de fogo nas regiões de Alerta e Alerta Máximo até o final de fevereiro ou o início da estação chuvosa. Reis acrescenta que este ano está especialmente preocupante porque combina um El Niño intenso com muita matéria orgânica no solo para queimar.

As áreas do Baixo Paraguai, no Mato Grosso do Sul, ainda estão com a água do pulso de inundação. Mas no Alto Paraguai, mais próximo das cabeceiras, a situação preocupa. Cáceres, no Mato Grosso, a principal cidade da região, decretou emergência hídrica devido à baixa do nível do rio.

A partir de 2019, o Pantanal passou de paraíso natural a recordista de desastres. É, proporcionalmente, o bioma mais afetado por queimadas: 30% dele queimaram em 2020 contra a média histórica de 8%, de acordo com o Lasa. E, de todos os biomas, o Pantanal foi o que mais queimou, também proporcionalmente, nas últimas três décadas: 57% de seu território pegaram fogo pelo menos uma vez no período, segundo o MapBiomas.

 

Fonte:CP

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