AgronegócioDestaqueNotícias

O agronegócio brasileiro alimentará o mundo?

Compartilhar:

A agropecuária brasileira vivenciou um período de grande crescimento de produção e produtividade nas últimas décadas, impulsionado pela robusta demanda internacional, notadamente de países asiáticos. A importância relativa do Brasil no comércio internacional de produtos do agronegócio cresceu em grande velocidade, atingindo 8,4% de representatividade sobre o total global em 2022, o que garantiu ao país a terceira colocação entre os maiores exportadores do setor.

Em um contexto estritamente alimentar, o Brasil ganha ainda mais protagonismo. Segundo projeções divulgadas pela OCDE-FAO (Agricultural Outlook), espera-se um aumento anual de 1,3% do consumo global de alimentos nos próximos dez anos, motivado pelo crescimento populacional e econômico e pela ampliação dos movimentos de urbanização. Regiões com ampla expansão populacional, como África, MENA (Oriente Médio e Norte da África) e Ásia, devem aumentar significativamente seu déficit na balança comercial agrícola em função da crescente demanda por alimentos. A América Latina, e em especial o Brasil, deve seguir caminho oposto, em um movimento de ampliação de seu superávit na produção e na exportação de produtos agroalimentares, tendo como base o salto da produtividade na agropecuária.

De acordo com tais projeções, é de se esperar, portanto, que o o comércio internacional desempenhará um papel ainda mais relevante na garantia da segurança alimentar global. No entanto, esse cenário é motivo de preocupação para vários países, principalmente em meio à recente elevação das tensões geopolíticas globais, que vêm gerando impactos significativos sobre o preço dos alimentos.

Tal fato motiva países importadores líquidos, como China e Arábia Saudita, por exemplo, a realizarem grandes investimentos em produção, interna e externamente, no sentido de reduzirem a dependência de outros países no contexto alimentar. Outros, como a Índia e alguns países europeus, elevam medidas protecionistas e de “nacionalismo alimentar”, na tentativa de resguardar suprimentos locais.

Portanto, o Brasil certamente desempenhará um papel cada vez mais relevante no comércio internacional de alimentos, caso siga expandindo sua produtividade no setor. Mas também haverá grandes esforços estratégicos de países no sentido de reduzirem a dependência com relação a alimentos.

Fonte: Agrolink

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo