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Bioceânica poderá ser a primeira rota turística sul-americana entre países

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A Rota Bioceânica promete impulsionar não só o comércio internacional atravessando Mato Grosso do Sul, mas também o turismo, com potencial para se tornar uma das grandes rotas turísticas, no mesmo patamar da Rota 66, da Trilha do Inca e do Caminho de Santiago de Compostela.

O trajeto da Rota Bioceânica será um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros que liga os dois maiores oceanos do planeta, do Atlântico ao Pacífico pelos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina.

Partindo do Brasil, será possível começar uma viagem em Santos, no estado de São Paulo, e seguir o caminho, passando pelas cidades São Paulo e Presidente Prudente.

Depois, chega-se à terra sul-mato-grossense, passando por Campo Grande e Porto Murtinho. Em sequência, vem o Paraguai, entrando em Mariscal J. F. Estigarribia e depois em Mission La Paz.

Posteriormente, começa o trecho na Argentina, passando por cidades como Tartagal, San Pedro, San Salvador, Salta, Jama e Sico.

Por fim, encerra-se a rota no Chile, entrando nas cidades de Calama, Antofagasta e Iquique.

Veja, abaixo, o mapa da Rota Bioceânica:

Mapa do corredor bioceânico planejado – Governo do Estado

Potencial turístico

Um estudo realizado pelo professor do curso de Turismo da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e mestre e doutor pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Thiago Andrade Asato, avalia as potencialidades da Rota com o olhar para o turismo desde seu doutorado em Desenvolvimento Local, em 2018.

Segundo Thiago Asato, o turismo sul-mato-grossense terá um crescimento exponencial.

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Flutuacao Rio da Prata – Foto: Marcio Cabral

“Considerando o trecho de Campo Grande a Porto Murtinho, temos as águas transparentes do Rio da Prata em Jardim, que deve ter um incremento nas vendas turísticas junto a Bodoquena e Bonito, este último um destino já consolidado”, justifica.

Na sua avaliação, a capital Campo Grande terá destaque pela procura pelo Bioparque Pantanal e pelos corredores gastronômicos que a cidade vem aprimorando ao longo dos anos, além do turismo de natureza em seu entorno, onde se enquadra também a modalidade do turismo de observação de aves.

Bioparque – Foto:  Marcelo Victor

“Oficialmente não temos uma rota turística sul-americana entre países. No mundo, a viagem mais conhecida entre países é o Caminho de Santiago de Compostela. Considero também um trajeto importante a Rota 66, que não é entre países, mas pela dimensão geográfica do itinerário – passa por 5 estados norte-americanos – merece ser estudada como benchmarking”, avalia.

“A vegetação do Chaco Paraguaio é singular. Na Argentina e Chile, temos paisagens desérticas, que não há no Brasil, como o Deserto de Sal e o Deserto do Atacama. Existe ainda a Bolívia como destino indutor para aqueles que desejarem estender a viagem”, acrescenta o estudioso.

Considerando o potencial como rota turística, ainda é cedo para afirmar se esta será uma rota de mochileiros, mas para viajantes com motocicletas, motorhomes e carros, a via mostra-se como algo bem viável.

Andamento das obras

Conforme divulgado recentemente pelo Governo do Estado, a obra que ligará as cidades de Carmelo Peralta (PY) a Porto Murtinho (BR) superou os 27% de execução, segundo o último laudo da empreiteira.

Quase todas as 300 estacas que fazem parte da base da nova ligação internacional já foram concluídas – nas duas margens do rio.

Estima-se que a ponte terá largura de 20,10 metros e quatro pistas, com capacidade para absorver o fluxo esperado de movimentação diuturna de cargas e tráfego de veículos bitrem. Nas laterais, serão construídas passagem de pedestres e uma ciclovia.

A Rota Bioceânica vai encurtar em 8 mil km a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

O planejamento para tal construção começou em 2021, com a ordem de serviço feita pelo presidente paraguaio Mario Abdo Benitez, em ato na fronteira com a presença do então governador, Reinaldo Azambuja.

 

Fonte:CE

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