InteressesNotícias

Apagão que afetou 18 cidades de MS será investigado pela PF

Compartilhar:

Na manhã desta terça-feira, 25 estados brasileiros e o Distrito Federal registraram falta de energia elétrica, sendo Roraima o único estado não afetado. Em Mato Grosso do Sul, 18 cidades foram afetadas, mas, de acordo com as concessionárias, o sistema foi restabelecido em poucos minutos.

A Energisa informou, por meio de nota, que o corte da eletricidade foi realizado às 7h30min e restabelecido às 7h57min. A agência de energia relatou ainda que a interrupção foi uma medida de segurança estipulada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que autorizou gradativamente a retomada de energia em todo o País, conforme os protocolos técnicos e de segurança.

As cidades que são abastecidas pela Energisa, que tiveram alguns minutos de falta de luz, foram Corumbá, Bodoquena, Itaquiraí, Fátima do Sul, Vicentina, Laguna Carapã, Coxim, Aparecida do Taboado, Miranda, Dourados, Caarapó, Rio Negro, Jardim, Rio Brilhante, Eldorado, Ivinhema e Bonito.

A Neoenergia Elektro é responsável pelo abastecimento de energia em cinco cidades da região leste do Estado e informou que, em MS, apenas Três Lagoas teve interrupção de energia, tendo 12% dos clientes afetados. A Elektro relatou também que a falta de luz ocorreu às 7h30min e foi restabelecida às 7h45min.

As 18 cidades de Mato Grosso do Sul passaram pelo Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac), em virtude da ocorrência no Sistema Interligado Nacional (SIN) que afetou todo o País. Campo Grande foi um dos municípios que não registraram interrupção de energia.

De acordo com a primeira nota informativa publicada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), houve uma “ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional [SIN], que interrompeu 16 mil MW de carga em estados do Norte e Nordeste do Brasil”. Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste também foram afetados.

A nota informa ainda que a interrupção ocorreu às 7h29min (horário de MS), em razão da abertura da interligação Norte/Sudeste. Às 8h16min (de MS), 6 mil MW já haviam sido recompostos em todo o País e às 13h49min (de MS) o sistema nacional de energia foi totalmente normalizado, “restando ajustes pontuais” em algumas cidades.

CAUSAS

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o ONS confirmou falha em uma linha de transmissão no Ceará, mas, em razão da extensão do problema, acredita-se que outro evento ao mesmo tempo possa ter ocorrido e colaborado para o apagão.

“Para que haja um evento dessa magnitude, graças à robustez do nosso sistema, há de se haver uma redundância de fatos relevantes, e um desses fatos já está detectado pelo ONS, que foi no norte do Nordeste, mais precisamente no estado do Ceará. O outro não se sabe se foi no Xingu, mas o fato é que, primeiro, é um setor altamente sensível, que requer planejamento, requer total e completo monitoramento, que é o que nós estamos fazendo”, disse Silveira.

O ONS entregará um relatório com as causas técnicas apuradas em até 48 horas. Mesmo assim, o ministro não descarta ação humana no ocorrido e acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para apurar o caso.

“O ONS, até pela sua característica técnica, não vai ter condição de dizer textualmente se esses eventos foram eminentemente técnicos ou se houve falha humana ou até dolo, por se tratar de um setor altamente sensível, além de determinar as apurações devidas internas pelo ONS, pela Aneel e nossas vinculadas, eu estou oficiando o Ministério da Justiça para que seja encaminhado à Polícia Federal o pedido de instauração de um inquérito policial, para que apure com detalhes o que poderia ter ocorrido, além de diagnosticar apenas onde ocorreu”, declarou.

Silveira relembrou os atos de vandalismo que ocorreram na invasão ao Congresso Nacional, em janeiro deste ano, quando foram derrubadas diversas torres de transmissão de energia elétrica no País. A primeira queda detectada foi em Rondônia, e a segunda, no Paraná. Ao todo, a Aneel confirmou mais de quatro ocorrências relacionadas às torres no País, mas, apesar dos ataques, não houve queda de energia.

Em razão dos atos de janeiro, foi criada a Portaria n° 61 de 2023 e um comitê de gestão de crise, que permite a criação de salas de situação. Ontem, poucos minutos após a queda de energia, foi criada uma sala de situação pelo MME, juntamente com a Aneel e o ONS.

PRIVATIZAÇÃO

O ministro também comentou a privatização da Eletrobras, principal concessionária de energia do País, que ocorreu no fim do ano passado. Silveira afirmou que a privatização de um setor importante como o elétrico gera instabilidade para o País.

“Um setor estratégico para a segurança do País, inclusive para a segurança alimentar, energética, como o setor elétrico, em especial, com a dimensão territorial do Brasil, na minha visão, não deveria ser privatizado, deveria ter uma função estatal”, declarou o ministro.

 

Fonte:CE

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo