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Com 15 cidades em alerta, agosto pode ter recorde de queimadas

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Após o mês de julho ter sido um dos mais quentes dos últimos 62 anos em Campo Grande e das altas temperaturas registradas também no interior, com máxima de 39ºC na região pantaneira, o clima quente e seco deste mês é propício para a volta de grandes queimadas florestais em Mato Grosso do Sul.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a probabilidade de fogo prevista para o trimestre de julho a setembro mostra que a maior parte do território de Mato Grosso do Sul, inclusive Campo Grande, encontra-se nos níveis de “alerta” e “atenção” para queimadas.

Os municípios de Caracol, Bela Vista, Jardim, Nioaque, Iguatemi, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Deodápolis, Douradina, Anaurilândia, Bataguassu, Terenos, Sidrolândia, Bandeirantes e Japorã se encontram em “alerta alto” para queimadas florestais.

De acordo com o boletim informativo de monitoramento dos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, elaborado pelo Corpo de Bombeiros e pela equipe técnica do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec-MS), os municípios de Corumbá (68%), Rio Verde de Mato Grosso (16%) e Aquidauana (13,3%) concentram 97,3% dos atuais focos de calor no Pantanal.

De acordo com o monitoramento de focos ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos primeiros dias deste mês, 76 focos de incêndio já foram identificados no Mato Grosso do Sul.

Em média, há 11 focos ativos por dia no Estado. Caso esse ritmo de ocorrências permaneça, poderão ser mais de 300 queimadas até o fim deste mês, tornando-se o maior número de incêndios florestais registrados neste ano.

No período de janeiro a julho de 2022, segundo dados do Inpe, foram registrados 1.260 focos ativos de incêndio em Mato Grosso do Sul, 9% a menos que o quantitativo auferido neste ano – 1.138 focos de incêndio.

CALOR

A tendência meteorológica divulgada pelo Cemtec-MS para esta semana prevê que Mato Grosso do Sul enfrentará altas temperaturas que podem chegar a 39°C, o que favorece as queimadas, principalmente nas regiões pantaneira, norte e sudoeste.

O tempo seco deve continuar, com altas temperaturas e baixos valores de umidade relativa do ar podendo gerar um longo período de mais de 30 dias consecutivos sem chuvas em alguns municípios, tornando o ambiente atmosférico propício para a ocorrência de incêndios florestais.

Para as regiões norte e nordeste, são esperadas temperaturas mínimas de 17°C a 22°C e máximas de até 39°C. Já nas regiões sudoeste e pantaneira, esperam-se mínimas entre 22°C e 25°C e máximas de até 39°C. Na Capital, a previsão indica mínimas entre 22°C e 23°C e máximas de até 35°C.

De acordo com o Cemtec, na segunda-feira houve um recorde da temperatura máxima do ano e Água Clara registrou 37,7°C.

Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros e presidente do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Comitê do Fogo), Leonardo Rodrigues Congro, o clima atualmente está severo e propicia a ocorrência de queimadas.

“Embora tenha chovido muito neste ano, esse período de estiagem, que deve seguir até setembro, cria outro problema, que é o aumento da biomassa”, informou Leonardo.

O Comitê do Fogo foi reativado pelo governo do Estado em 2017 e intensificou as suas ações de monitoramento e combate aos incêndios florestais em 2021, com campanhas e informativos de conscientização sobre a queima indevida de terrenos e pastos.

A campanha “Fogo, mude os hábitos para a vida continuar” iniciou-se no dia 15 de julho, quando o governo decretou estado de emergência ambiental em todo o território de Mato Grosso do Sul pelos próximos 180 dias, além do período proibitivo de queimas controladas, que segue até o dia 31 de dezembro de 2023.

“Os incêndios em 2020 geraram uma convergência de respostas a queimadas florestais, com o monitoramento de como o clima se encontra. Equipes estão fazendo o monitoramento dos focos de calor por satélite, entrando em contato com fazendeiros e informando as coordenadas para garantir o sucesso do combate aos incêndios”, disse.

Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, a propensão a queimadas no Estado deve seguir até setembro, e essa condição é causada pelo período de 30 dias de seca, com temperaturas acima de 30°C e abaixo de 30% de umidade relativa do ar.
As principais demandas de focos de calor que estão sendo monitorados pelos bombeiros concentram-se na região pantaneira, onde há equipes frequentemente na região, com reforço na brigada de incêndio em terras indígenas e em áreas federais.

BRIGADISTAS

O Corpo de bombeiros vem atuando na prevenção de incêndios ambientais desde o início de julho. Conforme o mais recente boletim de monitoramento de queimadas divulgado pelo governo do Estado, já foi empregado um efetivo de 48 bombeiros militares nas ações de prevenção e combate aos incêndios florestais nos últimos dias.

O uso da tecnologia contribui para as ações de monitoramento e preservação do Pantanal e do Cerrado em Mato Grosso do Sul.

A corporação vem utilizando drones e realizando monitoramento via satélite por meio de convênios com a Nasa, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), além de tecnologia de navegação e dados e inteligência artificial.

SAIBA

Mesmo com o período de seca em grande parte do Estado, o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul divulgou que há probabilidade de ocorrência de chuvas e tempestades na região sul de MS.

Fonte:CE

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