Crime ainda pouco conhecido e com dados escassos pelo mundo, o tráfico de pessoas é alvo de enfrentamento da campanha Coração Azul, promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas). Em Mato Grosso do Sul, Estado que registrou sete casos no ano passado, ações relacionadas a ela serão realizadas entre esta semana e 7 de agosto.
Elas começaram nesta segunda-feira (24) em Corumbá, na fronteira entre Brasil e Bolívia, considerada área de risco para tráfico humano. Após seminário no campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) no município, houve blitz educativa feita na região no posto da delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Agentes e membros da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul pararam cerca de 100 motoristas para entregar panfletos com orientações sobre o tráfico humano.
Mais três blitze serão realizadas: na quinta-feira (27), uma em Campo Grande e outra em Porto Murtinho; e a última em Ponta Porã, em 7 de agosto. Os locais das ações ainda não foram divulgados.
A Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos) realiza também um seminário na manhã desta quarta-feira (26). Já o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) discutirá o tema em série de palestras na quinta-feira (27), voltadas ao público interno.

Dados de MS – O Estado já apareceu como o terceiro no Brasil com maior número de ocorrências de tráfico humano, segundo levantamento realizado pelos TRFs (Tribunais Regionais Federais), que reúne dados de 2003 a 2012.
Já o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, apontou que Mato Grosso do Sul notificou o total de 183 casos entre 2010 e 2022. Os últimos sete casos foram registrados no último ano.
No ano passado, os estados que mais registraram casos foram São Paulo (434), Paraná (327) e Minas Gerais (107). No País, o total no mesmo período foi de 1.306.
Coração Azul – O Brasil aderiu à campanha da ONU há 10 anos, em 2013. Desde então, ações são promovidas especialmente por órgãos públicos.
O Coração Azul foi adotado como símbolo da campanha por representar a tristeza das vítimas do tráfico de pessoas. Para as Nações Unidas, a cor também demonstra compromisso na luta contra o crime, que atenta contra a dignidade humana e fere princípios de Direitos Humanos.
Fonte:CGN