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Mato Grosso do Blues faz história no Bonito Blues & Jazz Festival

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Apresentar um show com músicas compostas somente por artistas do Mato Grosso do Sul seria uma ousadia? Não para quem sempre valorizou o trabalho desses verdadeiros desafiadores e pioneiros que foram capazes de romper barreiras e apostaram no som verdadeiro vindo do Mississipi (EUA) em uma região que predomina (va) outro ritmo.

No Bonito Blues & Jazz Festival, o músico Luis Ávila reuniu quatro grandes nomes da música sul-mato-grossense para acompanhá-lo no projeto intitulado Mato Grosso do Blues. Mas, quem não gostaria de ouvir e assistir um time formado pelo guitarrista Simão Gandhy, baterista Zé Fiuza, baixista Luciano de Sá, tecladista Felipe de Castro e no comando ele na guitarra e voz.

Um repertório escolhido com muito cuidado, pois na pauta musical: uma homenagem mais do que justa para três ícones do blues no MS: Renato Fernandes, José Boaventura e Zé Pretim. No início, logo de cara uma surpresa emocionante – os instrumentos: violão, citara e guitarra companheiros desses músicos enquanto vivos, foram apresentados no palco. Ávila foi cirúrgico e começou com a composição Isso é o Blues, de Fernandes, uma canção que sempre mostrou a força desse artista incrível e com certeza um dos principais nomes do blues país. Mas, havia convidados no show.

O primeiro foi Cleyton Sales, com sua gaita embalou a canção Violeiro Companheiro, de José Boaventura. Uma viagem ao tempo e perfeita. Chegou então Primavera, de Zé Pretim – um áudio com a voz do artista foi colocado no ar – um sorriso imaginário fez lembrar da doçura e a genialidade que foi esse músico. Luís pediu licença e tocou com a guitarra deixada por Zé. Lindo tudo. Mas, a ousadia começou quando tocaram: Assim os Dias Passarão, de Almir Sater e Renato Teixeira. Sim… Almir e Renato em blues..(é sabido que essa letra foi escrita para o grande Geraldo Roca falecido em dezembro de 2015). Na música Sinal, o solo do guitarrista Simão Gandhy mostrou que é um dos principais músicos do Centro-Oeste. Luis Ávila mais uma vez foi ousado quando em uma justa homenagem tocou em blues, Coisas Clandestinas, daquele que foi um dos mais injustiçados e incompreendidos artistas do estado, Paulo Gê que faleceu em fevereiro deste ano.

Um solo do excepcional baterista Zé Fiuza. Uma emoção a parte, uma surpresa agradabilíssima e justa. Outro convidado chamado ao palco foi o músico e cantor Rodrigo Teixeira que cantou uma das canções mais conhecidas de Renato Fernandes e exaltada pelo público, principalmente na época da Bêbados Habilidosos: Você nunca vai saber o que é o blues. Rodrigo deu um show a parte. Fez o público sentir e cantar essa linda canção. Se era pra ter blues – a música Cada Segundo deu essa sequência e depois Ávila apostou mais uma vez em Almir Sater, com O Vento e o Tempo.

Deu mais do que certo…um blues regional perfeito. A única canção não sul-mato-grossense, mas que Zé Pretim deu esse ar somente dele: Asa Branca, do grande Luiz Gonzaga. Outro convidado especial: no palco uma das melhores vozes do Mato Grosso do Sul, Gilson Espíndola cantou a bela canção de Geraldo Espíndola, Cunhataiporã – versão magistral. Para fechar, Mutantes e encerrando a mais conhecida por todos: Trem do Pantanal (Paulo Simões e Geraldo Roca).

Mato Grosso do Blues foi mágico. Homenagear esses artistas antes de tudo foi uma verdadeira lição para principalmente aqueles trabalham com a Cultura e que esquecem de seus artistas. Uma sacada de quem realmente se importa com as pessoas, os artistas em geral. Quem não pode assistir esse trabalho no Bonito Blues & Jazz Festival poderá ver sábado (17) em Campo Grande, na Cervejaria Canalhas. É imperdível !!! Superou todas minhas expectativas.

 

Fonte:Alex Fraga 

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