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Governo decreta alerta zoossanitário para mercado de R$ 1,7 bilhão em MS

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O governo do Estado decretou estado de alerta zoossanitário e instituiu o Sistema de Monitoramento, Avisos e Ações, para fins de prevenção à ocorrência da influenza aviária H5N1 em Mato Grosso do Sul. Apesar de não haver nenhum caso da doença registrado no Estado, as medidas são preventivas para um setor que movimenta mais de R$ 1,7 bilhão.

O risco de a gripe aviária entrar no Brasil por MS gera um alerta econômico e social. Segundo decreto publicado na edição extra de sexta-feira do Diário Oficial do Estado, as medidas de monitoramento e as ações preventivas estão sendo adotadas em função do risco de ingresso e de disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck o decreto segue os parâmetros nacionais alinhados em reuniões com o Ministério da Agricultura (Mapa) na semana passada. “Tivemos na semana passada reunião com o ministro da Agricultura e resolvemos montar em MS o sistema de alerta e monitoramento”, salienta.

A atuação do poder público no monitoramento, na análise de riscos e na prevenção influenza aviária H5N1 no Estado vai ocorrer mediante permanente cooperação entre os municípios, representações privadas e o Estado. A prioridade é prevenir a ocorrência do vírus da influenza aviária H5N1 visando à necessidade de se assegurar o desenvolvimento econômico e social da população sul-mato-grossense.

“Mato Grosso do Sul está implantando mais um sistema de vigilância sanitária, buscando exatamente a prevenção da gripe aviária nos rebanhos comerciais avícolas do Estado e contribuindo para que o Brasil não tenha essa sinalização como recentemente tivemos os casos em aves silvestres no Espírito Santo”, ressalta Verruck.

Ainda de acordo com o decreto, ao Estado caberá o papel de monitoramento, alerta e apoio; aos municípios caberá a adoção das ações necessárias à fixação e à fiscalização de medidas adequadas à prevenção do risco de ingresso e de disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade sem prejuízo, em caso de comprovada necessidade da adoção pelo Estado de medidas cogentes para a preservação da saúde pública.

O objetivo é salvaguardar as atividades produtivas que envolvem animais, mediante a preservação de áreas ou de regiões geográficas livres de doenças, visando a garantir a ampla participação de animais e de produtos e de subprodutos de origem animal deste Estado nos mercados nacional e internacional.

Reportagem do Correio do Estado, publicada em fevereiro, já alertava sobre o monitoramento das fronteiras e a importância do setor para Mato Grosso do Sul. Em 2022, o setor da avicultura foi responsável por movimentar mais de R$ 1,7 bilhão em exportação e a cadeia produtiva emprega em torno de 50 mil pessoas diretamente em Mato Grosso do Sul.

MONITORAMENTO

O monitoramento, os avisos e as ações para fins de prevenção de ocorrência da influenza aviária H5N1 no âmbito de Mato Grosso do Sul ficarão sob o encargo do Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul (Gease-MS). Entre as atribuições estão a mensuração e o acompanhamento diário das informações estratégicas em saúde, especialmente acerca da velocidade de propagação da influenza aviária HSNI em território nacional e internacional.

“O governo do Estado tomou a decisão de fazer o sistema de alerta por meio de um conjunto de entidades comandadas pelo Gease. Desde quando apareceram casos da doença em animais silvestres na Bolívia, o Mapa, a Iagro e o setor produtivo montaram barreiras na fronteira em Corumbá. Recentemente, tivemos o aparecimento em animais silvestres do Paraguai e da mesma forma intensificamos as barreiras e a fiscalização em Ponta Porã, Porto Murtinho e Bela Vista”, destaca o titular da Semadesc.

Ainda de acordo com o decreto estadual, caberá ao Gease-MS a elaboração de plano de contingência específico para atuação no âmbito do território de Mato Grosso do Sul. Fica definida ainda a participação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) nas ações.

“O decreto visa estruturar as ações do Governo de MS com o Mapa, por meio do Gease, e também facilitar a alocação de recursos para a atuação do serviço de vigilância sanitária animal do Estado. Nosso foco é a prevenção, buscando evitar que a doença entre em Mato Grosso do Sul. Isso se faz com parcerias com o Mapa, a Iagro, o setor produtivo, a Famasul, e agora inserindo a Defesa Civil, a PMA e o Imasul também nesta força-tarefa”, conclui Verruck.

CASOS

O número de focos de gripe aviária do subtipo H5N1 subiu de 13 para 19 no Brasil, de acordo com uma atualização do Ministério da Agricultura, no fim da semana passada.

Todos os casos envolvem espécies de aves silvestres (que vivem livres na natureza). No Brasil, não há focos de gripe aviária em aves de granja, ou seja, voltadas para a alimentação.

Não há registros de contaminação da doença a partir do consumo de frango ou ovos devidamente preparados, afirma a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com o ministro Carlos Fávaro, o Brasil é reconhecido pela qualidade do seu sistema de defesa agropecuária e o trabalho conjunto com outras pastas vai garantir a segurança no enfrentamento da doença.

“A unificação de padronização de procedimentos vai nos dar mais segurança no enfrentamento a essa crise sanitária, para que o Brasil saia dela sem nenhum maior risco comercial, nem da saúde humana para que possamos ter tranquilidade e continuar com o status de país livre de gripe aviária”, disse Fávaro em nota do Mapa.

Na segunda-feira, o Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em aves silvestres no Brasil.

A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. As infecções humanas pelo vírus da influenza aviária podem ser adquiridas principalmente por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas). Por isso, a população deve evitar o contato com aves doentes ou mortas.

 

Fonte:CE

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