O número de apreensões de armas de fogo em Mato Grosso do Sul aumentou 9,54% entre 1° de janeiro e 14 de maio de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) foram apreendidas 545 armas em 2022, entre o primeiro dia do ano e 14 de maio. Em 2023 a quantidade apreendida foi de 597 armas no mesmo período, representando um aumento de 52 armas.
“Os números positivos são resultado do policiamento preventivo, principalmente na Capital, incrementado com o OCOP (Obtenção de Capacidade Operacional Plena), um programa que triplicou o número de viaturas de forma preventiva. Além do trabalho de policiamento já desenvolvido nas rodovias”, afirmou o secretário de Justiça e Segurança Púbica, Antonio Carlos Videira.
Dados da Sejusp mostram que em 2020 foram apreendidas um total de 1.639 armas e em 2021 1.702 armas. Já em 2022 as forças estaduais de segurança tiraram de circulação em Mato Grosso do Sul 1.560 armas de fogo; porém uma pequena queda em comparação com os dois anos anteriores.
Fronteira e Divisa
Conforme ressaltou o secretário, “Mato Grosso do Sul, fazendo fronteira com Paraguai e Bolívia, na grande extensão de mais de 1.500 quilômetros de fronteira seca, tem uma expansão do número de vias que permite adentrar no nosso território todos os tipos de ilícitos transfronteiriços, como armas e drogas”.
O enfrentamento a esse tipo de modalidade criminosa exige, segundo Videira, a participação dos órgãos da segurança púbica Estadual e Federal no Mato Grosso do Sul e ainda a expansão das ações para as divisas do Estado.
“Quando implementamos a fiscalização não só na fronteira, mas nas divisas (com os estados), aumentamos o volume de apreensões de armas e munições e produtos contrabandeados, inclusive de cocaína. Foram instalados radares em Porto Murtinho, Ponta Porã e Corumbá. Esses radares fiscalizam aeronaves de tráfego aéreo de baixa altitude que são empregados principalmente para o transporte de cocaína e armas longas, como o fuzil”.
As aeronaves que são apreendidas e interceptadas fizeram com o que o crime organizado migrasse o transporte destes produtos para vias terrestres e fluviais.
“Diante disso, temos um aumento do volume de drogas apreendidas, temos um volume de apreensões de armas e munições em decorrência da demanda, principalmente dos grandes centros. Em Mato Grosso do Sul, por sermos corredor para estes grandes centros consumidores, temos robustecido o policiamento, justamente como uma forma, não só de reprimir crimes dentro do nosso território, mas para também colaborar com o restante do país, coibindo os ilícitos que passam pelas nossas vias e tem como destino os grandes centros consumidores e daqui para outros países e continentes”, afirmou o secretário.
Responsável pelo policiamento na fronteira do Estado, o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), tem fortalecido as ações que promovem as buscas por armamentos irregulares. “Temos intensificado as buscas para localizar armas, o que tem aumentado as apreensões. A maioria de armas irregulares apreendidas pelo DOF são armas pequenas, revolveres e pistolas” explicou o diretor do DOF, coronel Everson Antonio Rozeni.
Capital
Na Capital, a Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) – que tem a missão de elucidar crimes de roubos, furtos de grande monta e extorsões – também contribui de forma para os dados positivos de apreensões.
“Pela natureza dos crimes que investigamos, especialmente os roubos, que na grande maioria é praticado com arma de fogo, não raro apreendemos arma de fogo, em especial os crimes com maior violência, como roubo com mortes (latrocínio). Temos uma atenção redobrada com as armas de fogo durante as investigações”, ressaltou o delegado Edgar Punsky da DERF.
Quando a apreensão acontece dentro das cidades, conforme explicou o secretário, elas acontecem geralmente de forma individual ou, no máximo, com até duas pessoas fazendo o porte para a prática de roubos.
Rodovia
Nas rodovias do Estado, conforme o BPMRv (Batalhão de Policia Militar Rodoviária), a quantidade de armas apreendidas teve aumento significativo. Em 2022 foram apreendidas 13 armas nas rodovias do Estado. Em 2023, só no primeiro semestre, que ainda nem chegou ao fim, já foram apreendidas 11 armas.
“Esses números se dão devido ao trabalho de combate ao crime organizado e crimes transfronteiriços que temos desenvolvido. O aperfeiçoamento dos policiais, com o Curso de Especialização de Policiamento Rodoviário, que além de nos dar maiores conhecimento de fiscalização de trânsito, nos deu maiores noções de abordagem e fiscalização no que tange ao acometimento de ilícitos, faz a diferença nas ações desenvolvidas”, afirmou o major Cleyton da Silva Santos, do BPMRv.
Segundo ele, o Estado também “proporcionou o curso de Aperfeiçoamento Tático Ostensivo Rodoviário, que opera única e exclusivamente na questão criminal, no combate ao tráfico de drogas e armas”.
Fonte: Ascom Sejusp