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Supermutação do vírus causará nova emergência, diz especialista

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Na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a pandemia de Covid-19 do status de emergência em saúde global após mais de três anos. Por conta desse fator, o coronavírus, apesar de continuar sendo uma pandemia, só voltará ao status de emergência em saúde se tiver diversas mutações.

O infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda informa que, para a Covid-19 voltar a ser uma emergência de saúde pública, seria necessária uma modificação extrema no vírus, para que o sistema imune do ser humano não o reconhecesse mais.

Além disso, as vacinas também teriam de deixar de funcionar para esse “novo” tipo de vírus, e quem já teve a infecção no passado teria de estar desprotegido.

Nesse cenário, seria preciso atualizar as vacinas e entender como seria a resposta para essa modificação do vírus, avaliando a abertura de novos leitos de terapia intensiva, novas salas de emergência, entre outras alternativas, como foi feito no início de 2020, quando a doença era desconhecida.

“Então, a definição da volta da Covid-19 como uma emergência de saúde pública depende de condições que impactem principalmente os serviços de saúde, em termos de hospitalização e de óbitos, mas somente se ele sofrer uma grande mutação e combinações com outros vírus, o que até o momento não ocorreu”, diz o médico.

Croda também informa que, até o momento, a última variante que surgiu foi a Ômicron, em janeiro do ano passado, e desde então só subvariantes foram registradas.

CUIDADOS

Para o futuro, Julio Croda relata que as recomendações e os cuidados com a doença continuam sendo a vacinação em massa da população, principalmente dos grupos de risco, como idosos, imunocomprometidos e profissionais da saúde.

A OMS recomenda, inclusive, que, com o fim da emergência de saúde pública, essas pessoas sejam priorizadas para a vacinação e que possam receber doses de reforço com frequência de seis a 12 meses.

“Então acho que a partir de agora a vacina vai se integrar no calendário habitual da população. As crianças menores de dois anos e até cinco anos vão receber uma dose de vacina e vão estar imunizadas por um bom tempo, e os idosos, imunocomprometidos e profissionais da saúde vão receber uma dose a cada ano, assim como a gente faz com a vacina da gripe, que todo ano a gente imuniza com a vacina atualizada”, detalha Croda.

DECRETO

A mudança de decreto não faz a Covid-19 deixar de ser uma pandemia. O médico comenta que o coronavírus permanecerá em circulação mundial e continuará sendo responsável por infecções, hospitalizações e óbitos.

O que diferencia, segundo Croda, uma pandemia de uma situação de emergência em saúde é como o setor de saúde mundial está preparado para responder a essa doença.

No início de 2020, o infectologista comenta que foi necessário o decreto de emergência mundial em saúde pois naquele momento não tinha teste, não tinha vacina, não tinha leitos hospitalares suficientes, não tinha equipamentos de proteção individual, entre outras coisas necessárias para enfrentar o vírus.

“Naquele momento foi importante, sim, decretar emergência de saúde pública pela OMS, porque isso faz com que os governos possam se organizar melhor, tanto no ponto de vista financeiro, de alguma forma transferir mais recursos para resposta da emergência de saúde pública, como também agilizar processos de compra, que durante a emergência esse rito da aquisição de insumos se torna mais fácil, com processos menos burocratizados”, explica o infectologista.

Atualmente, é possível a mudança de status da doença em razão da vacinação contra a Covid-19. Além disso, fatores como infecções prévias e testes e diagnósticos disponíveis facilmente também melhoram as condições do setor de saúde para lidar com os casos.

“A gente não tem uma superlotação das emergências e dos leitos de terapia intensiva, então as condições do passado não são as condições do presente, e, portanto, sim, foi uma decisão acertada”, comenta.

COVID-19

O último boletim de Covid-19, publicado na terça-feira (2), notificou 304 novos casos da doença no Estado e um novo óbito. Neste ano, 18.478 registros da doença foram publicados e 99 pessoas morreram.

Desde março de 2020, quando foi registrado o primeiro caso da doença em Mato Grosso do Sul, o Estado teve 611.687 casos de Covid-19 e 11.036 óbitos em decorrência do vírus. De acordo com o último boletim, 11 pessoas estão hospitalizadas, sendo duas em unidades de terapia intensiva (UTI).

O pico de infecções foi em 2021, principalmente no mês de março e parte de abril, quando mais de 700 pessoas estavam internadas por complicações do vírus. Na ocasião, o então secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, chegou a afirmar que MS tinha atingido o pico da pandemia.

A Capital é o município com o maior número de casos confirmados no Estado, com 215.542 notificações da doença. Em seguida vêm Dourados, com 55.788 casos, e Chapadão do Sul, com 9.151 ocorrências.

SAIBA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, no dia 30 de janeiro de 2020, que o então surto de Covid-19 era uma emergência mundial de saúde. Em 11 de março do mesmo ano, o vírus foi elevado ao nível de pandemia.

 

Fonte:CE

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