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Até 2024, MS terá 60 novos leitos para atendimentos psiquiátricos

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A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) informou para reportagem que ainda neste ano a prefeitura vai lançar o segundo Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps AD) da Capital.

Além disso, o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, informou que está prevista a construção de mais um Centro de Atenção Psicossocial em Campo Grande, com capacidade para 40 leitos, até 2024.

De acordo com o coordenador de Saúde Mental da Sesau, Eduardo Araújo, o novo Caps AD IV contará com 20 leitos para tratamento de pacientes usuários de álcool e drogas e tem previsão de inauguração até o fim de 2023.

“Hoje nós já temos um Caps AD IV, e agora teremos um segundo Caps AD IV, então, em cada um deles haverá vinte leitos para internação de pacientes com dependência ou com transtornos relacionados ao uso de substâncias como álcool e drogas. A população inteira pode ser assistida ali. Ele não vai atender especificamente uma região da cidade, será um Caps voltado para toda a população”, detalhou Araújo.

Já o novo hospital para atendimento psiquiátrico será construído onde era o antigo Hospital da Mulher, que fechou em 2019, por falta de demanda.

O coordenador de Saúde Mental detalha que ainda estão sendo feitos estudos no local, para confirmar a viabilidade da construção de um ambiente hospitalar.

“Eu estive lá no ambiente e percebi que a gente vai precisar de uma avaliação mais profunda da parte da arquitetura. Eu percebi que não há condições estruturais suficientes para se criar um ambiente hospitalar, mas há a possibilidade de a gente criar um serviço de curta permanência para pacientes em urgência e emergência de saúde mental”, disse Araújo.

O coordenador da Sesau ainda destacou que Campo Grande possui uma grande demanda para implementação de serviços voltados a pacientes com transtornos psicossociais de urgência e emergência, que são previamente atendidos por Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pelos Centros Regionais de Saúde (CRSs).

“Será um trabalho muito parecido com aquele que temos na Santa Casa. Poderão ser atendidos pacientes regulados. Então, um paciente em um quadro muito agitado, que esteja em uma UPA, em um CRS ou que esteja em situação de rua, será conduzido e regulado para esse serviço”.

O médico coordenador conclui que, como os pacientes que serão atendidos pelo Caps AD IV serão os mais agitados, é necessária uma abordagem específica.

“Como são pacientes mais agitados, eles precisam de uma abordagem para tentar se tranquilizar o quanto antes e ser direcionado para outros serviços. Então, é direcionar para um Caps, para um hospital, para um ambiente de casa. Será uma decisão a ser tomada, mas esse primeiro atendimento será feito ali para esses pacientes mais agitados”.

Atualmente, a rede municipal possui estrutura própria com 101 leitos para atendimento de pacientes com problemas psiquiátricos ou usuários de álcool e drogas.

Além desses, o município conta com 12 leitos contratualizados no Hospital Regional para atendimento de pacientes com problemas mentais ligados ao uso de álcool e droga, 27 vagas no Hospital Nosso Lar e 10 no Hospital Santa Casa para atendimento de pacientes com transtornos psiquiátricos.

De acordo com a Sesau, a rede de saúde mental do município é composta de seis Caps, sendo quatro Caps III, de atendimento para todas as faixas etárias; um Caps AD IV, que atende pessoas com quadros graves de sofrimento em decorrência do uso de drogas e álcool; um Caps de atendimento infantojuvenil; uma Unidade de Acolhimento Infantojuvenil (UAI); e três residências terapêuticas.

A secretaria informou que todas as unidades de atendimento psicossocial funcionam 24 horas por dia e têm, em média, 1.300 consultas ambulatoriais de saúde mental e 2.000 atendimentos em Caps mensalmente.

CAPS AD

A criação do Centro de Atenção Psicossocial para pessoas prejudicadas pelo uso de álcool e drogas foi aprovada em 2019 pelo Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande.

De acordo com o documento publicado no Diário Oficial na época, a publicação foi assinada pela então presidente do Conselho de Saúde do município, Maria Auxiliadora Vilalba Ribeiro Fortunato, e pelo titular da Sesau na época, José Mauro Pinto de Castro Filho.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Caps AD IV realiza atendimentos a pessoas com quadros graves e intenso sofrimento decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.

Sua implantação deve ser feita em municípios com mais de 500 mil habitantes e capitais de estado, de forma a maximizar a assistência a essa parcela da população.

O local tem como objetivos atender pessoas de todas as faixas etárias; proporcionar serviços de atenção contínua, com funcionamento 24 horas; e ofertar assistência a urgências e emergências, contando com leitos de observação.

ATENDIMENTOS

Além dos Centros de Atenção Psicossocial, a Capital oferece diversos serviços para todo o Estado. O coordenador da Sesau, Eduardo Araújo, comentou que há quatro residências terapêuticas para desinstitucionalização de pacientes com transtornos psiquiátricos que estão em hospitais ou no sistema prisional.

“Fazemos um trabalho de garantia a esse sujeito, dando a ele a possibilidade de ter uma vida social, de voltar a estudar, de voltar a se relacionar. Também há alguns moradores que estavam em um quadro de vulnerabilidade social importante, que nós conseguimos colocar ali dentro porque muitos estavam em situação de rua”.

A Capital também conta com duas unidades de acolhimento, serviço momentâneo para paciente que não tem vínculo social ou suporte e é alocado para conseguir moradia ou vínculo familiar, e há o ambulatório de saúde mental, que funciona diariamente no Centro Especializado Municipal (CEM), para pacientes menos graves, atendidos por profissionais como psiquiatra, médico clínico, psicólogo, assistente social e enfermeiros.

Araújo também destacou os ambulatórios para transtorno alimentar e transtorno bipolar, além da previsão de abertura de ambulatório para mulheres gestantes ou puérperas que tiveram problemas de psicose ou depressão na gestação ou no pós-parto.

Além de ambulatórios para tratamento de psicogeriatria, que inclui a assistência a idosos em quadros de demência, e para pacientes que tentaram suicídio ou estavam com comportamento suicida, em CRS ou UPA.

 

Fonte:CE

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