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Instituto Libio ajuda animais silvestres recuperados voltarem à natureza

Instituto Raquel Machado, em 2023 passou a se chamar Instituto Libio

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Aurora, uma tamanduá, e Canelinha, um lobo-guará, são sobreviventes das tragédias diárias que afetam a fauna silvestre, como atropelamentos, maus-tratos, tráfico e queimadas. Aurora teve sua mãe morta por um veículo em uma estrada do Mato Grosso do Sul, nas proximidades de Bonito. Canelinha foi salvo de um incêndio nas redondezas de Mococa, cidade do interior de São Paulo. Hoje eles vivem, respectivamente, na Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário (MS) e no Mantenedor de Porto Feliz (SP), onde recebem contínuos cuidados de biólogos e veterinários do Instituto Libio, do Instituto Tamanduá e do Instituto Pró-Carnívoros para que sejam reintegrados a seus habitats. Já praticamente recuperados e com boa saúde, estão quase aptos à soltura na natureza.

De acordo com a fundadora do instituto, a médica, conservacionista e ambientalista Raquel Machado, o processo de recuperação é lento, gradual e envolve uma grande equipe de profissionais. “Muitos cuidados são necessários para o retorno dos animais ao seu ambiente natural. Por isso, em conjunto com outras entidades, pensamos cuidadosamente na criação dos recintos para acolhê-los, assim como em diversas outras estratégias, como alimentação e tratamento para o sucesso das reabilitações e das solturas”, diz.

Segundo Rogério Cunha de Paula, biólogo e analista ambiental do ICMBio, Canelinha foi resgatado de uma área incendiada em agosto de 2021 por um morador da zona rural de Mococa, com idade estimada em três meses. Um mês depois, uma equipe do projeto Lobos do Pardo, desenvolvido na região pelo Instituto Pró-Carnívoros em parceira com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP) do ICMBio, foi informada do ocorrido e se deslocou até a residência em que o lobinho se encontrava, para avaliar sua situação. Foi constatado que estava sendo mantido em condições sanitárias inadequadas. Após diversos exames clínicos realizados, Canelinha foi levado para uma fazenda, onde recebeu os primeiros cuidados e teve início seu processo de recuperação para os procedimentos de reintrodução.

“Em dezembro do mesmo ano, o Instituto Libio aceitou o desafio de receber o Canelinha e todas as instituições competentes foram acionadas para que ele fosse destinado a um cativeiro temporário enquanto os trâmites oficiais fossem concluídos”, recorda o biólogo. Ainda segundo ele, o projeto de reabilitação vem sendo executado então pelo instituto com coexecução do Instituto Pró-Carnívoros e supervisão técnica do ICMBio/CENAP.

“Canelinha vem sendo treinado para ser liberado por meio de uma soltura abrupta (quando a soltura não é realizada na área do treinamento) no local de onde foi removido. Depois, será monitorado pela equipe do Projeto Lobos do Pardo e caso seja identificada qualquer dificuldade de adaptação e sobrevivência, ele será recapturado, reconduzido ao recinto de treinamento e avaliado”, explica Rogério. Lobinho receberá uma coleira com GPS e transmissor de satélite para que sua reintrodução seja acompanhada diariamente.

Instituto Libio

Criado em 2020 com o nome de Instituto Raquel Machado, em 2023 a entidade passou a se chamar Instituto Libio, numa homenagem da médica dermatologista que até agora emprestava sua identidade à instituição a seu avô, Líbio Vieira Machado, que defendia a natureza e a necessidade de se preservar os diferentes biomas brasileiros desde a década de 1940. A mudança, porém, não altera os propósitos do instituto, que se mantém fiel a seus eixos de atuação: reabilitação de animais, educação ambiental e criação e gestão de refúgios. Nesse sentido, está ampliando seus horizontes, fincando raízes em diferentes regiões do país e expandindo seu portfólio de atividades, dando continuidade a seus objetivos de combater o tráfico de animais silvestres, trabalhando para reabilitá-los, promovendo a devolução a seus ambientes naturais e defendendo o fim do desmatamento em diferentes ecossistemas, os habitats originais de inúmeras espécies da fauna nacional.

Fonte: Observatório3Setor

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